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Apesar da aparência, carne não oferece risco, diz secretário

O Departamento de Agricultura dos EUA informou que foram encontrados materiais estranhos na carne exportada, que podem ser ossos, segundo o secretário

Por Da redação
23 jun 2017, 19h02

O  secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, disse hoje que a carne brasileira não oferece riscos à saúde pública. Os Estados Unidos anunciaram a suspensão da carne in natura do Brasil após identificação de alguns problemas, como abscessos.

De acordo com o Departamento de Agricultura americano, 11% de toda a carne bovina “in natura” comprada do Brasil foi barrada devido a preocupações com a saúde pública, condições sanitárias e problemas com a saúde dos animais.

Para Novacki, há indicações de que os abscessos encontrados no produto são uma reação à vacinação do gado contra febre aftosa. Segundo ele, esses problemas não colocam em risco a saúde pública, mas “causa aparência não muito conforme” no produto.

“Tudo indica que sejam problemas causados pela vacinação. Mas pode haver também problemas de manuseio, de operação. Vamos detectar quando tivermos investigação concluída”, afirmou.

Ele não descartou motivações econômicas por trás da suspensão à carne in natura do Brasil por parte das autoridades norte-americanas, anunciada na véspera. “Temos que acreditar que todos os parceiros comerciais do Brasil agem com lealdade, da mesma forma como país age. Queremos crer que existe uma lealdade, mas não podemos descartar que haja motivações econômicas nesse processo”, disse Novacki. “Tudo isso nós vamos levantar”, acrescentou.

 

Em carta enviada ao governo brasileiro, o Departamento de Agricultura dos EUA apontou a necessidade de uma revisão abrangente do programa de inspeção de segurança alimentar do país após a identificação de violações na carne in natura, como abscessos e material estranho não identificado.

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Novacki disse que esse material estranho pode ser osso.

Segundo Novacki, haverá uma auditoria rígida para verificação da qualidade das vacinas contra aftosa. Ele também afirmou que foram suspensas as exportações das 15 plantas habilitadas no país para exportação da carne in natura para os EUA.

Estão entre as atingidas pela suspensão a JBS (cinco unidades), Minerva (quatro) e Marfrig (quatro), que lideram as exportações de carne bovina do país, o maior exportador global.

 

Novacki afirmou ainda que o ministério está trabalhando para reverter a suspensão o mais rápido possível e que, dentro desses esforços, há visita técnica aos EUA prevista para a primeira semana de julho.

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Carne Fraca

A suspensão ocorreu após os Estados Unidos terem aumentado em março a realização de testes para a carne in natura e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a operação policial Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura.

Após 17 anos de negociação, o Brasil conseguiu apenas no segundo semestre do ano passado acesso ao cobiçado mercado norte-americano do produto in natura.

O país ainda exporta pequenos volumes aos EUA, de janeiro a maio, foram 49 milhões de dólares, ou 2,79 por cento do total embarcado pelo Brasil, segundo o ministério.

Mas suspensão norte-americana pode levantar preocupações, já que os critérios dos EUA costumam ser observados por outros importadores, preocupação que foi ressaltada por Novacki.

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“O mercado americano para nós é importante não só pelo volume de exportação. Mas porque é mercado que serve de referência para vários outros”, disse.

 

(Com Reuters)

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