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Governo foi surpreendido por decisão dos EUA, diz secretário

Equipe técnica estuda recomendar a produtor envio de corte e não da dianteira inteira do boi ao país

Por Da redação
Atualizado em 23 jun 2017, 18h31 - Publicado em 23 jun 2017, 17h08

O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou nesta sexta-feira que o governo foi surpreendido pela decisão dos Estados Unidos de suspender as importações de carne in natura brasileira, anunciada ontem.

“Os Estados Unidos já tinham enviado um documento relatando inconformidades na semana passada. De imediato, o ministério suspendeu cinco plantas e determinou uma auditoria ampla nelas. Fizemos isso justamente para evitar que os EUA suspendessem o mercado para o Brasil, mas fomos surpreendidos ontem com a decisão do Departamento de Agricultura”, disse Novacki.

Segundo o secretário, quinze plantas vendem atualmente para os EUA. Todas estão suspensas. De janeiro a maio, elas exportaram 49 milhões de dólares, e a previsão era de 100 milhões de dólares até o fim do ano. Os Estados Unidos representaram, até maio, 2,79% das vendas de carne brasileira in natura para o mundo.

“É inquestionável que houve falhas. Vamos atualizar o regulamento de inspeção e fomentar o compliance, de como o servidor deve agir e como as empresas devem se comportar em relação ao servidor público”, afirma Novacki. “Nós sabemos o que estamos fazendo. O sistema de inspeção federal brasileiro é robusto e funciona.”

Um dos motivos que influenciaram a decisão americana foi a vacina contra a febre aftosa aplicada nos animais, que teria deixado resíduos na carne brasileira e gerado abcessos.

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“Essa reação natural causada pela vacinação não causa nenhum dano à saúde. A aparência apenas não fica muito conforme. Na carne exportada para os EUA, vai o dianteiro inteiro [do boi], por isso eles detectaram. Aqui no Brasil, quando a carne é filetada para venda, se houver inconformidades, isso é descartado”, explica. A equipe técnica estuda recomendar aos produtores que seja enviado um corte aos Estados Unidos, e não a dianteira inteira do bovino.

O vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani, afirmou, no entanto, que não acredita ser possível que a vacina contra febre aftosa em si seja a causadora de desconformidades na carne brasileira exportada aos Estados Unidos.

Segundo o Sindan, eventuais reações provocadas pela vacina ocorrem por uma série de fatores, como a base oleosa e adjuvantes utilizados, a sensibilidade e o stress do animal e o processo de vacinação em si, com agulhas mal esterilizadas ou inadequadas e a aplicação em locais errados.

Para Novacki, porém, não há uma guerra dos fabricantes de vacina com os produtores.

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Investigação

Novacki disse que o governo já havia recebido um relatório técnico da União Europeia pedindo esclarecimentos sobre produtos e que vinha trabalhando em um plano de ação e esclarecimento, que deve ser encaminhado na próxima semana.

“O primeiro passo é responder com muita contundência aos Estados Unidos, em seguida ao Bloco Europeu e, depois, ao resto do mundo”, disse.

“O que não vamos aceitar é que problemas e questões econômicas tragam prejuízo ao nosso sistema”, declarou o secretário em referência à Operação Carne Fraca. “Desde que ocorreu a Operação Carna Fraca, e é natural, houve certa desconfiança do mercado interno e internacional.”

Questionado sobre a possibilidade de sabotagem, Novacki disse que “não descartamos nenhuma possibilidade”. “Isso poderemos responder ao final das investigações.”

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O Brasil demorou dezessete anos para acessar o mercado americano, que serve de referência para a atuação de outros países. “Comemoramos muito quando conseguimos a equivalência sanitária, porque era um atestado do nosso sistema de fiscalização sanitária. Mas sempre houve uma pressão muito grande dos produtores americanos contrária a essa abertura de mercado.”

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