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Análise: Banco do Brasil joga limpo sobre inadimplência, mostra plano e convence mercado… por enquanto

Principal executiva do BB, Tarciana Medeiros falou abertamente sobre os problemas e apontou soluções: foi música para o ouvido dos investidores

Por Daniel Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 ago 2025, 07h00

A lógica é a seguinte: o mercado financeiro pune desempenho financeiro ruim. Ainda mais quando se trata de um banco. Não foi o que aconteceu com o Banco do Brasil, que divulgou resultados péssimos na quinta-feira, 14, e um dia depois foi ‘punido’ com uma valorização expressiva de 4% na bolsa de valores. É verdade, a ação da instituição financeira (BBAS3) havia despencado 7% em 1º de agosto, uma verdadeira sexta-feira 13 para o BB. O que houve entre essa queda e a valorização mais recente foi que o banco jogou limpo, falou abertamente sobre a inadimplência, sobretudo da carteira do agronegócio, mas também sobre os calotes dos pequenos empreendedores, e apresentou um plano para recuperar o terreno perdido. Tudo isso, temperado com frases fortes de Tarciana Medeiros, CEO do banco. O mercado parece ter entendido e, mais importante, gostado do que viu e ouviu na live de resultados transmitida pelo banco no YouTube na última sexta-feira, 15. A transmissão durou mais de duas horas.

Primeiro, a executiva expos claramente os números. A inadimplência do agronegócio estava em 1,91 bilhão de reais, ou 1% da carteira. Mas em junho deste ano a inadimplência já era da ordem de 2,73 bilhões de reais. Era, nas palavras de Medeiros, a “maior inadimplência do agro na história do Banco do Brasil”. A conta é tão dramática quanto simples: dos 600 mil clientes do agronegócio com relacionamento com o BB, 20 mil são inadimplentes. Desses, sete em cada dez nunca haviam dado calote no banco antes de dezembro de 2023, ou seja, eram bons pagadores e não havia motivo para dificultar empréstimos.

Buracos e desvios

O BB admitiu problemas, mas não só. Mostrou caminhos para contorná-los. Medeiros contou que houve mudança na estrutura de cobrança de créditos, área que agora conta com 800 funcionários e contou que já existe mais agilidade nos processos envolvendo protestos e até mesmo judicialização de dívidas. A executiva foi além. Os calotes não mudam a estratégia de seguir apostando no desenvolvimento do agro brasileiro e, por isso, o Banco do Brasil tem à disposição para emprestar 230 bilhões dentro do plano safra de 2025/2026. E, por fim, o BB vai perseguir um lucro líquido neste ano mais modesto, que pode chegar a 25 bilhões de reais. Mesmo com um terceiro trimestre que também deve ser ruim e um quarto trimestre de começo de recuperação.

Deixando de lado tudo o que ocorreu com o Banco do Brasil nos últimos dias, o momento de otimismo do mercado atualmente com o BB pode ir apenas até a segunda página do livro. Novos desempenhos ruins envolvendo a linha de inadimplentes podem voltar a pesar no desempenho da ação. Ou nas palavras escritas em relatório do Itaú BBA que analisou o balanço: “Certamente um trimestre fraco, mas de certa forma esperado.

 

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