Amazon prestará contas sobre pagamento de IR na Grã-Bretanha
De acordo com fontes, empresa será convocada para interrogatório no parlamento britânico para justificar valor reduzido pago ao Fisco
A empresa de comércio eletrônico Amazon será convocada para interrogatório no parlamento britânico para justificar o baixo valor do imposto de renda pago pela companhia. Nos últimos seis anos, a Amazon pagou cerca de 9 milhões de dólares em imposto de renda sobre mais de 23 bilhões em vendas a clientes britânicos – apenas 0,39% do faturamento foi repassado ao Fisco. Segundo a Amazon, a cobrança está correta porque a empresa alega opera um negócio europeu único em Luxemburgo, ao invés de uma estrutura multinacional com subsidiárias independentes em diferentes países. Por isso, a companhia acredita que deve pagar o imposto no paraíso fiscal.
No entanto, a Reuters apurou evidências de que as operações da Amazon na Grã-Bretanha tem um alto grau de autonomia: a agência de notícias coletou depoimentos de três fornecedores e cinco ex-funcionários, além de informações de perfis de mais de 140 funcionários no site de relacionamento profissional LinkedIn.
Um antigo gerente da Amazon, Mark Riley, confessou que a empresa tem uma infraestrutura razoável na Grã-Bretanha. “O modelo básico de negócios não era muito diferente de uma empresa de venda por correspondência nos anos 1970 ou 1980”, disse ele, que liderou a área de desenvolvimento de negócios da Amazon britânica entre 2005 e 2008.
Para Bryan Roberts, diretor de inovação da consultoria Kantar Retail, além do fato de a Amazon faturar muito com clientes britânicos, a empresa tem um edifício de escritórios em Londres que compõem “essencialmente uma varejista britânica”, segundo ele.
A Amazon vai seguir os passos do Google, que teve que passar por um inquérito semelhante nesta semana. A companhia se recusou a responder quaisquer perguntas sobre o seu negócio na Grã-Bretanha.
Leia também:
Amazon já tem sede no Brasil e oficializa nome de CEO
Amazon enfrenta obstáculos para lançar Kindle no Brasil
MP enquadra Decolar.com, Submarino Viagens e ViajaNet