Alckmin chama Pix de sucesso e diz que o verdadeiro problema é outro
Vice-presidente contraria a narrativa dos EUA de que o método de pagamento seria desleal

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, questionou a narrativa que tem sido propagada pelo governo dos Estados Unidos de que o Pix seria uma forma de concorrência desleal do Brasil no mundo dos pagamentos. “O Pix é um modelo, um sucesso”, disse a jornalistas na tarde desta quarta-feira, 16.
O Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) iniciou uma investigação contra o Brasil a pedido do presidente Donald Trump na qual coloca suspeitas sobre o Pix. “O Brasil também parece estar engajado em diversas práticas injustas em relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando, a vantagens do seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, diz um documento do USTR. Com isso, o meio de pagamento criado e operacionalizado pelo Banco Central se tornou um instrumento de pressão da Casa Branca contra o governo brasileiro.
Alckmin também disse que o verdadeiro problema entre Brasil e Estados Unidos não é o Pix ou outras alegações de práticas desleais, mas a barreira tarifária imposta pela Casa Branca. Como anunciado por Trump na quarta-feira passada, 9, o Brasil deve pagar uma sobretaxa de 50% sobre suas exportações para os EUA a partir de agosto, o que inviabilizaria uma série de negócios com os americanos, tamanha a alíquota praticada. “O que precisamos resolver é a questão tarifária, porque ela não se justifica nesse patamar É um perde perde”, disse Alckmin.
O Brasil tem um déficit comercial com os Estados Unidos, de modo que compra mais bens e serviços do que vende para os americanos. Desse modo, não haveria uma relação desvantajosa no comércio dos americanos com o Brasil, diferente do que afirma Trump. O Brasil enviou, no dia 16 de maio, uma proposta para um acordo com os EUA referente às tarifas de importação, lembrou Alckmin. Os americanos, contudo, ainda não responderam a proposta brasileira, segundo o vice-presidente. “Assinei ontem, junto com o ministro [das Relações Exteriores] Mauro Vieira, um novo documento pedindo uma resposta. Encaminhamos para a negociação e estamos aguardando”, disse.
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