‘Ajuste fiscal se fará na Previdência Social’, diz Trabuco, do Bradesco, no Fórum VEJA Insights
Para o presidente do conselho de administração do Bradesco, sistema previdenciário foi erguido sobre ideias que não condizem mais com a realidade
Se o Brasil quiser, de fato, arrumar as contas públicas, terá de encarar novamente a questão do rombo da Previdência Social. A avaliação é de Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, que participa nesta terça-feira, 13, do Fórum VEJA Insights em Nova York. “Grande parte do ajuste fiscal nas próximas décadas se fará pelo ajuste, mais uma vez, da Previdência Social”, afirmou.
Segundo Trabuco, a previdência brasileira foi construída sobre teses do fim do século XIX, segundo as quais, o pacto social estabelecia que os trabalhadores ativos custeariam o benefício pago aos trabalhadores inativos ou aposentados. “Mas nós estamos falando de uma tese de mais de um século”, acrescentou.
Para ele, o século XXI trouxe uma nova geração, cuja mentalidade é outra e não necessariamente se adéqua ao trabalho convencional que financiaria a aposentadoria de quem já saiu do mercado de trabalho. Mas, quanto antes encontrar uma resposta para esse desequilíbrio, melhor. “Em 2050, o Brasil tem de estar preparado para que o que era pacto de gerações na Previdência não vire um conflito de gerações”, alertou.