Ações do Clarín despencam e são suspensas após decisão sobre Lei de Imprensa
Por maioria, a instância máxima da justiça argentina decidiu nesta terça-feira pela constitucionalidade da Lei de Imprensa, que obrigará a fragmentação do grupo de comunicação; papéis do grupo caíram tanto que negociações tiveram de ser suspensas
As ações do grupo Clarín na Bolsa de Comércio de Buenos Aires chegaram a cair 5,7% antes de ter suas negociações suspensas nesta terça-feira. A forte queda ocorreu logo após decisão da Suprema Corte da Argentina, que declarou constitucional a Lei de Imprensa, questionada pelo grupo de comunicação.
Após o anúncio da decisão, a bolsa argentina teve de “interromper transitoriamente a cotação dos valores do Grupo Clarín”, informou a instituição por meio de comunicado. A instituição informou que a suspensão será mantida “até que sejam dadas informações sobre o ocorrido”, acrescentou a Bolsa de Comércio de Buenos Aires (Merval). De acordo com a cotação do grupo Clarín no painel geral da Bolsa de Valores, as ações do grupo despencaram 5,7% até as 11h27 locais (12h27 de Brasília), quando aconteceu a interrupção.
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Suprema Corte da Argentina declara que Lei de Mídia é constitucional
Lei de Imprensa – Por maioria, a instância máxima da justiça argentina decidiu nesta terça-feira pela constitucionalidade da Lei de Mídia, incluindo os quatro artigos que eram questionados pelo grupo Clarín, e pôs fim a uma batalha legal de quatro anos entre o governo argentino e o maior grupo informativo do país.
As regras da lei, que havia sido aprovada em 2009, devem obrigar 21 grupos de mídia a vender parte de suas concessões e propriedades. O Clarín é um dos veículos mais afetados com a nova regulamentação. Oficialmente, o governo afirma que a lei vai evitar a “concentração no setor”, mas a medida, segundo a oposição e as empresas, é mais uma etapa do projeto de perpetuação de poder do kirchnerismo e um duro golpe na liberdade de imprensa, fundamental à manutenção da democracia.
A lei em questão foi aprovada por maioria do Congresso argentino em 2009, em substituição de outra, sancionada em 1980, durante o último regime militar, mas sucessivas medidas cautelares a favor do Clarín tinham impedido até hoje sua completa aplicação.
(com agência EFE)