Ações do Burger King e da Tim Hortons sobem quase 20% com possível fusão
Operação entre as companhias, no valor de US$ 18 bilhões, pode criar o terceiro maior restaurante de fast food do mundo
As ações do Burger King subiram 19,51%, para 32,40 dólares, enquanto os papéis da rede canadense de café e rosquinhas Tim Hortons avançaram 18,91%, para 74,72 dólares, nesta segunda-feira, após as companhias confirmarem a negociação de uma fusão que criará um conglomerado de 18 bilhões de dólares, o terceiro maior restaurante de fast food do mundo.
O negócio, que deve ser estruturado num modelo conhecido como “transação de inversão de imposto”, para mudar o domicílio do Burger King para fora dos Estados Unidos, pode ocorrer nos próximos dias, informaram ao Wall Street Journal fontes familiarizadas com as discussões. Ele teria sede no Canadá, que tem alíquota de impostos mais baixa para empresas. A rede Burger King foi adquirida em 2010 pela gestora 3g, que tem como sócio o empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do país.
Leia também:
Roche paga US$ 8,3 bi por empresa de biotecnologia dos EUA
Procter & Gamble estuda vender marca Duracell
Telecom Italia planeja oferecer 7 bilhões de euros por GVT
Inversão fiscal – Tentativas recentes de empresas de promover transações de inversão de impostos, feitas para evitar impostos mais altos e poupar dinheiro em lucros no exterior e detido fora do país, levaram o presidente Barack Obama a criticar a “mentalidade de rebanho” de algumas companhias. Obama afirmou em julho que elas prejudicam as finanças e a economia do país. Segundo ele, republicanos e democratas deveriam trabalhar juntos para mudar a regra que permite que empresas declarem que são sediadas em outro lugar, mesmo que a maior parte de suas operações esteja nos EUA.
Após uma onda de acordos de inversão de imposto, como a compra da irlandesa Shire pela norte-americana AbbVie, a Casa Branca ordenou que o Congresso tomasse medidas para evitar que empresas busquem esse tipo de transação. Embora os últimos acordos de inversão de imposto tenham envolvido empresas europeias, o Canadá também é foco de algumas operações devido à proximidade e à similaridade com os EUA. A taxa de imposto corporativo federal canadense foi reduzida para 15% em 2012.
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)