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A surpreendente projeção de fundo para a bolsa em caso de vitória de Lula

Pedro Chermont, da Leblon Equities, vê volta do investimento estrangeiro e crescimento de 50% do Ibovespa com melhoria da economia e mudança de governo

Por Luisa Purchio Atualizado em 20 set 2022, 22h54 - Publicado em 20 set 2022, 17h44

Enquanto muitos investidores brasileiros estão com o pé atrás com a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto devido aos escândalos de corrupção dos governos petistas e seus discursos de campanha que trazem dúvidas sobre uma condução da economia com um viés mais protecionista, o capital estrangeiro é mais simpático a essa troca de governo e pode voltar com força ao Brasil com a provável mudança do presidente que é apontada nas pesquisas eleitorais. Com isso, os ativos brasileiros que estão altamente descontados podem recuperar seus preços. A análise é de Pedro Chermont, sócio-fundador e diretor de Investimentos da Leblon Equities, gestora de fundos de 2 bilhões de reais em patrimônio.

A projeções de Chermont para o mercado de ações é que o Ibovespa pode atingir os 165 mil pontos no ano que vem. “A gente não faz projeção de Ibovespa, mas se, no ano que vem, voltarmos a ser um país normal e voltarmos para a média de preço/lucro de 10 anos, a bolsa deveria subir 50%”, diz ele. Na segunda-feira, 20, o Ibovespa encerrou o pregão a 111.823 pontos, ou seja, um ganho de 50% significa um acréscimo de 55,9 mil pontos no principal índice da bolsa brasileira no ano que vem.

“O investidor brasileiro tem a visão de que a continuidade do governo Bolsonaro seria melhor e talvez seu apetite ao risco seja maior com o Bolsonaro, porém, percebemos em conversas que com o estrangeiro é um pouco diferente”, diz Chermont. “Hoje o investidor estrangeiro está afastado do mercado de ações brasileiro, mas temos perspectiva de volta no próximo ano por uma conjunção de fatores”, diz ele, que comanda a gestora ao lado que comanda ao lado dos sócios e co-fundadores Marcelo Mesquita, Pedro Rudge e Bruno Pereira, um time formado por ex-integrantes do UBS Pactual e Investidor Profissional (IP) e que participam de conselhos de administração de empresas como Petrobras, Mills, de aluguel de equipamentos, e Priner, de engenharia de manutenção industrial. Chermont participou durante cinco anos do conselho do Grupo Pão de Açúcar.

Além da mudança de governo, entre os principais fatores desse otimismo estaria o fato de que o Brasil está na frente de outras economias em termos de ciclo de elevação de juros e do combate à inflação, uma vez que a expectativa é que na próxima reunião do Copom ocorra a última elevação de juros (ou estabilização da taxa) e no ano que vem o Banco Central já iniciará a redução da Selic. Enquanto isso, a Europa e os Estados Unidos, por exemplo, estão muitos passos atrás no processo de alta das taxas.

Além disso, no cenário internacional o Brasil sairia na frente entre os emergentes devido à desaceleração econômica da China, a guerra da Rússia com a Ucrânia e perspectivas de conflito geopolítico. “A democracia relevante e de grande mercado que sobra é o Brasil, que no ano que vem pode deixar de ter um fabricante de ruídos grande que é o atual presidente. Isso tudo talvez seja uma combinação que atraia o investidor estrangeiro de volta para o país”, diz ele. Já em relação à entrada de investimento estrangeiro, Chermont considera dados do BTG Pactual que mostram que a participação de ações brasileiras nos portfólios globais de ações chegou a 2% em 2010 e hoje é de 0,2%, ou seja, um décimo de dez anos atrás. Dessa maneira, o potencial de crescimento do capital externo no ano que vem seria de dez vezes o valor atual.

Os IPOs, por sua vez, que sofreram um boom no ano passado e uma paralisação em 2022 diante da alta da Selic, poderiam retomar o ritmo no segundo semestre do ano que vem, primeiramente com a retomada de ofertas subsequentes de ações (follow on) pelas empresas.

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