A resposta da Febraban para a proposta do PP de aumentar a CSLL dos bancos
Isaac Sidney falou sobre a proposta do PP de elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos como forma de compensar a isenção do IR

A proposta de elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos como forma de compensar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais mensais deixaria o crédito mais caro. “Não é terrorismo econômico, são dados concretos”, disse o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, durante o CNN Talks, nesta quarta-feira, 23. A ideia do PP é um reajuste de 5% na alíquota da CSLL de 16 grandes bancos – cujos lucros estão acima de 1 bilhão de reais.
“A resposta para mim é muito clara: nós não suportamos mais pagar impostos”, afirmou . “Não são os bancos. Estamos falando de impostos indiretos que são imediatamente repassados para o custo dos bens e para o custo do serviço.”
Segundo o presidente da Febraban, elevar a CSLL não apenas penaliza o setor bancário, mas encarece o crédito para toda a economia. “Crédito custa. Os bancos precisam captar, e o custo de captação já é elevado. Além disso, o Brasil está entre os poucos países do mundo que tributam a intermediação financeira”, disse.
Ele também disse que a alíquota nominal paga pelo setor bancário soma nove pontos percentuais a mais do que a média das demais empresas quando se consideram o imposto de renda e a CSLL. “É uma alíquota corporativa significativamente mais alta, e isso pesa sobre o crédito”, afirmou.
Para ele, a medida, se implementada, deverá ser repassada ao consumidor. “Se o custo dessa compensação recair no crédito, não tem outra conclusão: o crédito vai continuar e ficar mais caro. Aqui não é terrorismo econômico, são dados concretos.”
O presidente da Febraban destacou ainda que, com a taxa Selic ainda em patamar elevado e a incerteza sobre quando o Banco Central iniciará uma trajetória de corte, os efeitos de um novo aumento tributário podem ser ainda mais severos. “Estamos vendo na margem uma redução do apetite dos bancos por crédito. As linhas mais arriscadas, como rotativo do cartão e cheque especial, estão ganhando espaço nas carteiras. Isso é reflexo direto do ambiente monetário restritivo”, afirmou.