A realidade da economia que Lula irá encontrar em 2023
Segundo projeções do Boletim Focus, do Banco Central, inflação acima da meta e taxa de juros elevadas continuarão a ser realidade em 2023
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não terá um céu de brigadeiro em 2023. A equipe econômica do petista, ainda não anunciada, terá de lidar com um Brasil de juros altos, crescimento baixo e inflação estourando a meta. Segundo as projeções do Boletim Focus publicadas nesta segunda-feira, 31, a projeção para o IPCA no próximo ano é de 4,94%, a Selic em 11,25% ao ano e o PIB de 0,64%.
Inflação acima da meta e os juros altos como parte da política fiscal para ancoragem de expectativas têm efeitos no crescimento da economia. Isso ocorre porque o crédito mais caro para pessoas físicas e jurídicas influencia no consumo das famílias e investimentos das empresas. A meta para o próximo ano é de 3,25%, com o limite de tolerância de 4,75%.
Além disso, a nova gestão levará de herança a inflação elevada em 2023. Os economistas ouvidos pelo Focus subiram ligeiramente a previsão da inflação para este ano, de 5,60% para 5,61%, quebrando uma sequência de 17 semanas de desaceleração na previsão. O IPCA projetado representa mais um estouro na meta, que também não foi cumprida em 2021.
O novo governo de Lula terá o desafio de tocar a economia em meio a uma crise internacional e instabilidade interna. E, até agora, sem uma clara sinalização de qual será sua política fiscal em 2023 em diante. Lula precisa indicar logo quem serão os responsáveis pela condução da política econômica brasileira de 2023 em diante. Trabalho não faltará.