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A real missão de Caio Paes de Andrade, segundo conselheiros da Petrobras

Conselheiros defendem posse de Paes de Andrade como forma de recuperar o diálogo entre a empresa e o governo, que é o acionista majoritário da estatal

Por Felipe Mendes Atualizado em 28 jun 2022, 00h57 - Publicado em 27 jun 2022, 19h00

O novo presidente da Petrobras, Caio Mario Paes de Andrade, tomará posse da empresa nesta terça-feira, 28. Seu nome foi aprovado em reunião do conselho de administração da petroleira em duas votações realizadas no Rio de Janeiro. Na primeira delas, para assumir uma posição como conselheiro, Paes de Andrade foi aprovado por oito votos a dois. Votaram contra Francisco Petros, um dos representantes dos acionistas minoritários e presidente do comitê de elegibilidades, e Rosângela Buzanelli, representante dos funcionários. Em outra votação, sobre assumir o cargo de presidente da companhia, a margem foi mais apertada: sete a três – além de Petros e Buzanelli, também Marcelo Mesquita, outro representante dos interesses dos acionistas minoritários, foi contrário.

Apesar de ter apresentado divergências no currículo em relação às exigências previstas no estatuto, que incluem anos de experiência em cargos de direção no setor, os conselheiros resolveram dar um voto de confiança em nome do “diálogo” entre o governo e a empresa, a qual foi reiteradamente criticada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus aliados por seus reajustes acerca dos preços dos combustíveis.

Procurado por VEJA, Mesquita confirmou que votou contra a posse de Paes de Andrade como executivo principal da companhia. “Votei a favor para que ele entrasse no conselho de administração, mas contra ele ser o CEO, assim como votei contra os ex-presidentes (Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho), pela forma como o governo desrespeita a empresa com trocas frequentes e injustificadas”, disse Mesquita. “Mas, nada contra a pessoa do Caio. Ele é bem qualificado.”

Petros foi o primeiro a votar. Embora tenha defendido um congelamento de 45 dias nos preços dos combustíveis recentemente, com o intuito de propor uma trégua entre a empresa e o governo, o conselheiro argumentou em seu voto sobre o risco de responsabilização daquele colegiado em função, tanto da mudança na política de preços e da inadequação do currículo e da experiência do candidato, quanto por uma eventual class action, ação judicial a ser movida por acionistas na Bolsa de Valores de Nova York, e por uma responsabilização pelas leis nacionais.

Indicado pelo Ministério da Economia para o conselho da empresa, Márcio Weber foi o segundo a votar, abrindo divergência com seu antecessor. Em entrevista a VEJA, Weber disse que Paes de Andrade assume a Petrobras com a missão de “melhorar o diálogo e tentar encontrar uma solução para todas essas dificuldades em relação aos preços dos combustíveis”. Ele defende a sua posição: “Ele está sendo indicado pelo acionista majoritário e, em função dessa indicação, e de toda a situação que a Petrobras está vivendo junto ao acionista majoritário, pesa muito que a gente restabeleça os nossos contatos e canais de comunicação entre as partes.” Weber também demonstra acreditar que não haverá mudanças radicais na política de preços da companhia. Pelo menos, por enquanto. “Ele não assume com nenhuma solicitação ou exigência de mudança em relação ao reajuste dos preços. Esse conselho se manterá até a assembleia e ainda é responsável pela diretoria. Qualquer indicação que ele pretenda fazer precisa ser aprovada pelo atual conselho”, diz.

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