A movimentação do governo para trocar presidente da Vale
Ex-presidente do Banco do Brasil e da Cielo é cotado para a vaga, mas articulação é inicial
O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, passa por fritura em fogo brando no comando da mineradora. Uma ala da Previ ligada ao governo, maior acionista individual da empresa, defende a troca de Bartolomeo por Paulo Caffarelli, ex-presidente do Banco do Brasil, da Cielo e hoje no comando do banco digital BBC. A articulação é inicial, como revelado pelo jornal O Globo, mas o mandato de Bartolomeo à frente da mineradora acaba no ano que vem. Ele é considerado por alguns como um homem de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar de já ter passado pela Vale entre 2004 e 2012, Bartolomeo só voltou a empresa em 2018. Em 2019, foi nomeado presidente em substituição a Fabio Schvartsman, afastado de suas funções após recomendação de autoridades que investigavam a tragédia de Brumadinho (MG).
Uma ala da Previ considera Caffarelli mais alinhado politicamente ao governo PT do que o atual comandante da Vale. Pura bobagem. Caffarelli, na verdade, é um homem de bom trânsito e trato fácil, ao contrário de Bartolomeo. Por isso a impressão de que ele é petista. “Desconheço o assunto”, limitou-se a dizer em contato com VEJA.
Além disso, conta a favor de Caffarelli o fato de ter passado pela presidência do Banco do Brasil entre 2016 e 2018, durante a gestão do ex-presidente Michel Temer. A Previ, fiadora de seu nome, é o fundo de previdência de funcionários do BB e já emplacou Daniel Stieler, seu ex-presidente, como presidente do conselho de administração da Vale. Caffarelli também já foi membro do conselho da Vale em duas ocasiões.
Em nota, a Previ afirma “que decisões sobre a composição das Diretorias nas empresas em que possui participação cabem exclusivamente ao conselho de administração das companhias, cujos membros são eleitos pelos acionistas em Assembleia Geral” e que “a presença nos conselhos das empresas participadas está de acordo com o tamanho do seu investimento”.