Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

A influência dos juros no pior trimestre das montadoras em dezenove anos

Segundo a Anfavea, o atual patamar da Selic, em 13,75%, é o principal responsável pelo resfriamento da demanda

Por Pedro Gil Atualizado em 10 abr 2023, 13h48 - Publicado em 10 abr 2023, 11h09

As montadoras de veículos instaladas no Brasil enfrentam o pior trimestre de produção de veículos desde 2004, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em números totais, divulgados nesta segunda-feira, 10, a produção acumulada entre janeiro e março é de 538 mil veículos, cerca de 50 mil unidades abaixo dos níveis pré-pandemia. Para veículos pesados, houve redução de cerca de 30% no volume de produção. Segundo Maurício de Lima Leite, presidente da entidade, os dados refletem o resfriamento da demanda, influenciado pelo atual patamar da taxa Selic, atualmente em 13,75%.

“Temos uma preocupação grande para o aquecimento do mercado. E a principal razão para isso é o atual patamar de juros no país. Caso nós não tenhamos condições melhores, o mercado não vai reagir”, afirmou Leite. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016. A expectativa do mercado para a taxa básica é de 12,75% ao ano, segundo o Boletim Focus, enquanto para o término de 2024 a expectativa é de 10% ao ano.

“Nesses três primeiros meses tivemos oito paralisações de fábrica e dois cancelamentos de turno, algo semelhante às paradas verificadas no início de 2022. A diferença é que no ano passado o motivo era somente a falta de componentes, enquanto agora já há outros fatores provocando férias coletivas, como o resfriamento da demanda”, diz Leite,  lembrando que há novas paralisações em fábricas anunciadas para abril, desacelerando ainda mais a produção.

Apesar das consequências dos juros altos no setor, o presidente da Anfavea evitou engrossar o coro das críticas diretas a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Nós tivemos a oportunidade de parabenizá-lo pela autonomia, mas principalmente pelo não-isolamento. O que ele tem feito é debater e apresentar as razões pelas quais os juros se encontram no patamar atual. Isso é importante”, afirmou.

Desaceleração

As vendas acumuladas de automóveis no trimestre foram de 472 mil unidades. O crescimento de 16,3% sobre o mesmo período do ano passado poderia indicar sinais de recuperação, mas a base de 2022 é muito baixa, já que faltavam carros nas concessionárias. Em relação aos volumes de antes da pandemia, a defasagem é superior a 20%. “A fotografia do momento seria pior se não fossem as boas vendas para locadoras em março, 28% do total”, analisou Leite.

As exportações em março mantiveram a média diária de 1.900 unidades de fevereiro, o que indica o cumprimento de contratos com os principais destinos, mas sem grande crescimento de volumes. Na comparação trimestral, as 112,2 mil unidades embarcadas entre janeiro e março representaram crescimento de 3,9% sobre o mesmo período de 2022.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.