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A influência do IPCA de novembro na decisão do Copom, segundo especialistas

Inflação sob controle tem pontos de atenção que reforçam uma postura mais cautelosa do Banco Central

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 dez 2025, 10h35 • Atualizado em 10 dez 2025, 10h53
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    Na opinião de especialistas, a divulgação da inflação de novembro não muda a decisão esperada de manutenção da taxa de juros em 15%. O novo dado sobre IPCA vai colaborar para uma postura cautelosa na política monetária do Banco Central, segundo as avaliações. Nesta quarta-feira, 10,  por volta das 18h30, o Comitê de Política Monetária divulga o resultado da decisão sobre a taxa Selic e a atenção do mercado está voltada ao tom da comunicação e possíveis indicações sobre o começo do ciclo de corte de juros em 2026.

    O IPCA de novembro avançou 0,18%, puxado principalmente por passagens aéreas, energia elétrica e serviços. O número  acumula 4,46% em 12 meses, marcando um resultado pela primeira vez abaixo do teto da meta definida pelo governo para a inflação do ano e no menor nível para um novembro desde 2018. Para 2025, o centro da meta de inflação é 3%, com limite de tolerância até 4,5%.

    Para Humberto Aillón, professor da FIPECAFI, a variação da inflação não é motivo de preocupação porque o movimento foi influenciado pelo aumento da demanda nas passagens aéreas e pelo reajuste das tarifas de energia, enquanto itens do agro, como arroz e tomate tiveram quedas importantes.

    Aillón destaca ainda que dezembro costuma ser pressionado por Educação, Transportes e Vestuário, devido aos reajustes de mensalidades escolares, ao período de férias e ao aumento no consumo de fim de ano. Mesmo assim, ele vê a inflação encerrando o ano próxima da meta. “Se houver estouro, deve ser marginal, perto de 4,55%”, afirma.

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    Repercussão no mercado

    Para André Matos, CEO da MA7 Negócios, a inflação continua sob controle, mas com pontos de pressão que exigem atenção. “O acumulado próximo de 4,46% mantém o cenário de desinflação gradual”, diz. A leitura do mercado, segundo ele, tende a ser neutra, preservando a expectativa de queda de juros mais à frente, ainda que o cenário global siga como principal foco de risco.

    Gustavo Assis, CEO da Asset Bank, vai na mesma linha. Ele destaca que energia elétrica e serviços ainda pesam no caixa das empresas e afetam setores mais sensíveis ao crédito. “Para o mercado, a reação tende a ser de continuidade: juros elevados por mais tempo, com expectativa de flexibilização gradual.” Ele aponta que o ambiente segue favorável para renda fixa e estruturas como FIDCs, que têm ganhado espaço na intermediação de crédito das empresas.

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    Pablo Spyer, conselheiro da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord) , chama atenção para a volta da pressão inflacionária depois da desaceleração de outubro. Serviços, especialmente passagens aéreas e turismo, voltaram a puxar o indicador, enquanto alimentos e bens industriais, influenciados pela Black Friday, seguraram a alta. O dado veio levemente abaixo do esperado, mas os núcleos seguem resistentes. Para ele, o início do ciclo de cortes dependerá de sinais mais firmes de desaceleração nesses componentes.

    Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, afirma que no geral foi um número sem novidades relevantes na composição, reforçando a continuidade do processo de desinflação gradual, mas com pontos de atenção, como o elevado patamar da inflação de serviços intensivos em mão de obra.. “Para a política monetária, o IPCA de hoje não altera o panorama. Seguimos projetando cortes a partir de março”, diz.

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