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A influência da inflação e dos juros altos na produção industrial

Indústria recuou 0,4% em junho e 2,2% no semestre, segundo o IBGE; renda das famílias e pressão dos preços influencia na demanda

Por da Redação
Atualizado em 2 ago 2022, 15h28 - Publicado em 2 ago 2022, 09h53

Após quatro meses consecutivos de altas, a indústria produziu menos em junho. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 2, o recuo foi de 0,4%, que interrompe uma sequência de crescimento. A última queda mensal de produção na indústria havia sido registrada em janeiro deste ano (-1,9%). Mesmo com apenas duas quedas mensais em 2022, o acumulado é negativo. No primeiro semestre, a indústria recuou 2,2% e, em 12 meses, 2,8%.

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, alguns fatores de demanda tem impactado os resultados da indústria, como inflação e juros pressionados. “Há a taxa de juros elevada, a inflação que segue em patamares altos, a diminuição da renda das famílias e, ainda que a taxa de desocupação venha caindo nos últimos meses, há um contingente de aproximadamente 10 milhões de desempregados no país. A característica dos postos de trabalho que estão sendo criados aponta para uma precarização do mercado de trabalho e isso é refletido na massa de rendimento, que não está crescendo. Todos esses aspectos são fatos importantes na nossa análise e ajudam a explicar esse saldo negativo do setor industrial”, analisa. Nesta quarta-feira, o Banco Central deve decidir por mais um ajuste na taxa de juros, que está acumulada em 13,25% ao ano para conter a inflação que dá sinais de recuo, mas ainda continua na casa dos dois dígitos.

Com o resultado de junho, o setor ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 18% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011. A variação negativa em comparação a maio foi disseminada pela maioria das atividades econômicas investigadas pela pesquisa. Entre elas, a maior influência veio do setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1%), que havia acumulado alta de 5,3% nos dois meses anteriores. “Há nesse segmento uma maior volatilidade de taxas. No início do ano, houve queda na produção dos produtos farmoquímicos e farmacêuticos e, em abril e maio, ocorreu essa alta. Com o crescimento acumulado, o segmento tinha uma base de comparação mais elevada, o que justifica essa retração de dois dígitos”, diz Macedo.

Outro impacto importante no resultado de junho veio do segmento de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%), que também se expandiu em abril e maio, acumulando no período aumento de 5%. “Nessa atividade, os itens que mais impactaram negativamente foram o álcool e os derivados do petróleo. Mas, mesmo com essa queda, esse segmento opera 4,5% acima do patamar pré-pandemia, ou seja, tem um comportamento distinto da média da indústria”, ressalta.

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Também contribuíram para o resultado negativo do setor as atividades de máquinas e equipamentos (-2,0%), de metalurgia (-1,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,8%) e de outros equipamentos de transporte (-5,5%).

Nove atividades se expandiram na comparação com o mês anterior. As que mais influenciaram o resultado geral da indústria, no campo positivo, foram as de produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,1%) e de indústrias extrativas (1,9%). “O setor de veículos acentuou o crescimento verificado em maio (3,8%), mas essa alta não conseguiu eliminar as perdas anteriores. O saldo dessa atividade ainda é negativo, uma vez que ela ainda está 8,5% abaixo do patamar pré-pandemia”, completa o gerente da pesquisa.

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