Comissão do Senado aprova indicação de Galípolo ao BC
Ex-número 2 da Fazenda teve 23 votos favoráveis e Ailton Aquino, para diretoria de fiscalização, 23; indicações vão para plenário

O economista Gabriel Galípolo e o advogado Ailton Aquino tiveram sua indicação para ocuparem diretorias do Banco Central aprovadas pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Indicados pelo governo para as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização, os futuros diretores precisam agora ter suas indicações submetidas ao Plenário, onde precisam de ao menos 41 votos dos senadores para confirmar sua indicação ao BC. Caso aprovados, ambos ocuparão os cargos por 4 anos, com possibilidade de recondução por igual período.
Os nomes são uma forma de Lula aumentar sua influência na cúpula do BC. O atual patamar da taxa Selic, em 13,75%, é o grande ponto de tensão entre o governo e o BC. Na ocasião da formalização da indicação, Haddad disse que Galípolo poderia harmonizar a relação do Executivo com a autoridade monetária. Caso aprovado na CAE e depois no plenário do Senado, Galípolo já participa da próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), quando é esperado um corte na Selic, em agosto.
A indicação de Galípolo conta com a relatoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), aliado de Lula. Segundo o parecer, Galípolo já demonstrou seu “alto nível de qualificação” para justificar a indicação. Também afirma que o economista tem “larga experiência em cargos públicos” e “sólida formação acadêmica”. O economista têm encontrado diversos senadores nas últimas semanas e espera não encontrar barreiras para ter seu nome aprovado.
Aquino é servidor de carreira do Banco Central e deve ser o primeiro negro a assumir uma cadeira na diretoria do BC. Assim como Galípolo, se aprovado, ele também fará parte do Copom, que decide sobre as taxas de juros no Brasil.