A expectativa da Cielo para nova funcionalidade de pagamento no WhatsApp
Estanislau Bassols, presidente da Cielo, acredita que recurso disponível para pequenos varejistas impulsionará uso entre pessoas físicas

O WhatsApp liberou o serviço de pagamentos de pessoas físicas para pequenas empresas no Brasil. O novo recurso permitirá que o consumidor conclua uma compra sem precisar sair da conversa para efetuá-la.
Para a Cielo, que é uma das operadoras da plataforma, a nova funcionalidade deve impulsionar a transferência de dinheiro entre pessoas, funcionalidade que já existe, mas que ainda não caiu no gosto popular, como o Pix. É como se, ao cadastrar o cartão para pagamentos no varejo, as pessoas vão dar outros usos para o WhatsApp Pay.
“Imagina que você está conversando com um varejista e viu algumas opções de compra. Com doze cliques você consegue realizar a transação dentro da conversa”, diz Estanislau Bassols, presidente da Cielo, em entrevista a VEJA. “É um uso complementar ao Pix, não concorrente”, completa Bassols.
O Banco Central anunciou a retirada das regras que impediam transações de compras por meio do aplicativo de mensagem no Brasil em março. Até então, era possível apenas a utilização do aplicativo para transferências de recursos entre indivíduos. “A própria força de comunicação foi limitada”, lamenta Bassols.

Para utilizar a nova funcionalidade, as empresas devem utilizar o aplicativo WhatsApp Business, modelo do app para pessoas jurídicas que possui recursos como catálogo e mensagens automáticas, além de ter uma conta vinculada a Cielo, Mercado Pago ou Rede. Haverá cobrança de uma taxa ao realizar a venda, como já existe com maquininhas de cartões de débito ou crédito, mas, para incentivar o uso, a Cielo ofertará, por seis meses, cerca de 50% de desconto aos clientes. As negociações serão realizadas individualmente.
Uma pesquisa da operadora de cartões de crédito mostra que 75% dos varejistas consideram “imprescindível” uma nova opção de pagamento; 70% acham que a diversidade de pagamentos é importante para a gestão dos negócios – há um ano essa parcela era de 60%. “Varejistas enxergam que digitalização passa por mais opções de pagamento”, afirma o presidente da Cielo.
Segurança
Os números dos cartões são criptografados e armazenados de forma segura, e as pessoas devem criar um PIN de pagamento, que será exigido para cada transação. “Hoje a gente consegue ajudar os varejistas com uma espécie de operação Pix ainda mais segura”, diz Bassols. E se o número for clonado? “É impossível realizar uma operação sem o aparelho. Impossível”, completa.