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À exceção da pandemia, PIB de 2024 deve ter o maior crescimento em 13 anos

Alta esperada de 3,5% só perde para recuperação de 2021, mas já deve revelar enfraquecimento no quarto trimestre; IBGE divulga resultado nesta semana

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 mar 2025, 17h24 - Publicado em 6 mar 2025, 13h41

É amplo o consenso de que o resultado do produto interno bruto brasileiro em 2024, que será divulgado nessa sexta-feira 6 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, deve confirmar mais um ano forte para a economia. Por outro lado, economistas e analistas estarão atentos ao que os dados referentes especificamente ao último trimestre irão mostrar: serão eles que darão a real dimensão do freio que a atividade da produção e do consumo do país já começa a sentir.

Os cálculos dos economistas, com base em dados já divulgados, como produção industrial, vendas do varejo e dos serviços e vários outros indicadores que servem como termômetro da movimentação econômica, dão conta de que o PIB do ano passado cresceu, no mínimo, 3,5%. Se confirmado o número, será o maior crescimento registrado pelo país desde 2011, à exceção apenas de 2021, quando o país cresceu quase 5% no ano de recuperação do tombo histórico causado pela pandemia em 2020.

O resultado isolado do quarto trimestre, por sua vez, deve ser o mais fraco do ano, já apontando para um 2025 que, se não receber novos anabolizantes à demanda do governo federal, deve ter um crescimento bem mais fraco, mais perto dos 2%, do que o dos últimos quatro anos, quando o país cresceu 3% ou mais em todos.

“A economia desacelerou de forma mais acentuada nos últimos dois meses do ano, com a indústria desacelerando para 2,2% (no quarto trimestre) ante 3,6% no terceiro (considerado o aumento em relação ao mesmo trimestre um ano antes)“, escreveu o Itaú em relatório a clientes. O time de análise do banco, que é chefiado pelo ex-diretor do Banco Central Mário Mesquista, calcula que o PIB do país cresceu 0,4% na passagem do terceiro para o quarto trimestre, depois de ter crescido na faixa de 1% em todos os anteriores, e que o resultado completo do ano ficou em 3,5%. Para 2025, a estimativa é que o PIB brasileiro cresça 2,2%.

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“Em 2024, os efeitos diretos de uma economia doméstica aquecida foram sentidos em alguns setores do PIB dos serviços, impulsionados pelos estímulos fiscais e pela resiliência do mercado de trabalho”, escreveram os analistas do Itaú, que calcula que a demanda interna cresceu 5% no ano passado. “Para 2025, a desaceleração da economia deve ser mais acentuada na segunda parte do ano, pois o impacto positivo do PIB da agropecuária, concentrado no primeiro semestre, deve ter dissipado, com a desaceleração do impulso fiscal e a intensificação dos efeitos defasados da política monetária contracionista.”

A equipe do BTG Pactual, chefiada pelo ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida, também reforça os sinais de desaceleração encomendados para 2025 a partir do fim do ano passado. O banco calcula que o avanço do PIB no quarto trimestre foi de 0,4%. “Já alertamos sobre alguns sinais de desaceleração da atividade econômica no fim de 2024, quando diversos indicadores antecedentes para dezembro mostravam quedas vistas apenas em períodos recessivos, como tráfego de veículos pesados nas estradas pedagiadas, expedição de caixa de papel ondulado, produção e venda de veículos, gastos em cartões e confiança dos empresários e consumidores”, escreveu o banco em relatório. A estimativa do BTG é que o PIB cresceu 3,5% e crescerá apenas 1,5% em 2025.

“A economia mostra sinais mais claros de desaceleração (…), e a atividade deve continuar a arrefecer em 2026 em meio aos efeitos defasados da política monetária contracionista”, afirma o time de economistas da XP Investimentos, que tem o ex-secretário do Ministério da Economia Caio Megale como economista-chefe. A casa estima que o PIB cresceu 3,6% em 2024, crescerá 2% em 2025 e 1% em 2026.

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