Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A dramática resposta do mercado ao ‘boa sorte’ de Meirelles

Bolsa perdeu 1,9 bilhões de reais em fluxo estrangeiro desde a declaração, revertendo o otimismo e trazendo uma postura de cautela aos investidores

Por Luana Zanobia Atualizado em 9 dez 2022, 11h11 - Publicado em 8 dez 2022, 11h32

O mercado não tem vivenciado dias de otimismo com as recentes sinalizações econômicas do governo eleito. A proposta que prevê um gasto extra-teto de 145 bilhões de reais para o pagamento do Bolsa Família e a expectativa em torno da nomeação da equipe econômica de Lula estão criando um cenário de incertezas no Brasil. Desde a fala de Henrique Meirelles no 10 de novembro, evento que ficou conhecido como o “Boa Sorte Day”, até esta quinta-feira, 8, o fluxo de saída de capital estrangeiro somou 1,9 bilhões de reais, revertendo os ganhos que a bolsa acumulava de entrada internacional desde a vitória de Lula.

A confirmação de um cenário pessimista ficou mais forte após a declaração no evento promovido por um banco, no qual Meirelles, que era cotado para assumir o ministério da Fazenda, levantou questões preocupantes que indicavam que o governo eleito se encaminharia para um mandato mais próximo do que foi realizado durante o governo Dilma, terminando sua fala com “boa sorte a todos”. Para se ter ideia, do pós-eleição de Lula, em 31 de outubro, até aquele dia a bolsa acumulava um ingresso de 4,1 bilhões em fluxo de capital estrangeiro.

“O viés que era positivo com o fim do calendário eleitoral, passa agora para uma postura cautelosa. O sentimento é de que os investidores não vão dar o benefício da dúvida, e vão aguardar mais confirmações e ações, do lado do novo governo, para montar posições mais sólidas e de longo prazo”, diz a corretora Ativa Investimentos por meio do seu relatório “Monitor da Bolsa”.

A reversão do fluxo mostra uma mudança de postura no mercado que estava otimista com as promessa de Lula durante a campanha eleitoral, de garantir “credibilidade, previsibilidade e estabilidade”. A vitória de Lula no dia 30 de outubro, segundo turno das eleições, representava naquele momento uma vitória também para o mercado, que ansiava por um comprometimento com a responsabilidade fiscal após a perda de credibilidade com o governo Jair Bolsonaro. Mas as sinalizações do governo eleito passaram as frustrar essas expectativas. A demora na indicação dos nomes que irão compor a equipe econômica, os ataques ao mercado financeiro, a proposta de ampliar os gastos via PEC e as críticas ao teto de gastos colocaram ainda mais pressão nos riscos ficais do país.

No relatório, a corretora mostra ainda que essas questões trazem pressões sobre a situação fiscal do país, com riscos significativos para a relação Dívida/PIB e a inflação que, consequentemente, pesa sobre o preço dos ativos ao trazer dúvidas sobre o crescimento econômico e a possibilidade de redução da Selic em 2023, o que antes era dado como certo. “O Brasil vinha ganhando espaço nas carteiras dos gestores internacionais, por seu momento relativamente melhor do que os outros países. Essa visão de que o Brasil está melhor que seus pares, está sendo colocada em cheque com os desdobramentos recentes”, diz em relatório enviado ao mercado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.