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A descrença de Guido Mantega em relação ao crescimento do PIB de 2023

Ex-ministro da Fazenda diz que alta do PIB não é sustentável a médio e longo prazo, mas que governo Lula está apresentando sinais positivos ao mercado

Por Felipe Mendes Atualizado em 9 jun 2023, 17h06 - Publicado em 9 jun 2023, 16h25

Ministro da Fazenda entre 2005 e o fim de 2014, Guido Mantega acredita que o crescimento da economia do país este ano não deve ultrapassar a marca dos 2%, diferentemente do que prevê várias instituições financeiras após a divulgação do avanço de 1,9% no primeiro trimestre. Para ele, um desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) mais robusto passa pela redução do atual patamar da taxa Selic, hoje a 13,75% ao ano, pelo Banco Central. “As forças dinâmicas da economia, que seriam a taxa de investimento e a indústria, não estão indo bem. E o consumo das famílias subiu apenas 0,2% no primeiro trimestre. As famílias não estão conseguindo adquirir eletrodomésticos e automóveis, por exemplo, estão endividadas”, diz ele em entrevista a VEJA. “Eu não acredito em um crescimento muito alto do PIB para este ano, não mais do que 1,5%, a menos que o Banco Central nos traga boas surpresas nesse segundo semestre”, vaticina.

Homem forte nos outros governos do Partido dos Trabalhadores (PT), Mantega diz que o projeto de arcabouço fiscal e a reforma tributária são sinais positivos do governo para o mercado, mas desconfia da possibilidade de a nova regra fiscal impulsionar os investimentos no país. “Esse arcabouço fiscal não garante um aumento do investimento a longo prazo, mas é um sinal de que o governo está tentando dar as condições e a segurança para que haja uma retomada do crescimento no país”, complementa.

Após o crescimento de 21% da agricultura no primeiro trimestre, o ex-ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff alerta que é preciso encontrar formas para impulsionar o setor de serviços. “Esse (o primeiro trimestre) é um crescimento em cima de uma situação mais precária, onde a agricultura não tinha ido bem. Esse resultado não significa que a economia esteja indo às mil maravilhas e que esse crescimento vai se manter”, alerta ele, que reclama da perda de tração na taxa de investimentos para o país, mas reparte essa responsabilidade com o BC. “Há quem projete um crescimento negativo no terceiro e no quarto trimestre, porque nós estamos com uma taxa de juros muito alta, que está inibindo o crescimento, o investimento e o crédito.”

Para ele, a inflação dá sinais de acomodação, o que deveria se traduzir em uma taxa de juros mais amena. “Quando você tem uma taxa de juros muito alta, o investimento fica baixo”, aponta Mantega. “O investidor está apreensivo para saber se os juros vão cair e quando isso vai acontecer. Se houver uma reestruturação das dívidas dos consumidores, como está nesse programa Desenrola, o governo pode estimular a demanda, que hoje está baixa. Com isso, pode haver uma retomada do investimento.” A taxa de investimento no país recuou para 17,7% em relação ao PIB no primeiro trimestre. O ideal, para que o país possa registrar um crescimento mais robusto de seu PIB, é avançar esse patamar para entre 22% e 25%, números nunca alcançados desde o início da série histórica do IBGE, em 1996.

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