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A cada 3 horas e 40 minutos uma pessoa morre por acidente de trabalho

Atendimento hospitalar registra o maior número de casos no Brasil

Por Agência Brasil
28 abr 2019, 12h19

O Brasil registra uma morte por acidente de trabalho a cada 3 horas e 40 minutos. Segundo o Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho, entre 2012 de 2018 foram contabilizados 17.200 falecimentos em razão de algum incidente ou doença relacionados à atividade laboral. Neste domingo, 28, é comemorado o Dia Mundial e Nacional de Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho, uma data criada para alertar a sociedade sobre o problema.

No comparativo por anos, houve queda nos registros, com 2.659 casos em 2014; 2.388 em 2015; 2.156 em 2016; 1.992 em 2017; e 2.022 em 2018. Já os acidentes de trabalho são mais frequentes e ocorrem a cada 49 segundos. No mesmo período, foram registrados 4,7 milhões incidentes deste tipo, conforme o Observatório.

Os tipos de lesão mais comuns foram corte e laceração, com 734.000 casos (21%). Em seguida, vêm fraturas, com 610.000 casos (17,5%), contusão e esmagamento, com 547.000 (15,7%), distorção e tensão, com 321.000 (9,2%) e lesão imediata, com 285.000 (8,16%). As áreas mais atingidas foram os dedos (833.000 incidentes), pés (273.000), mãos (254.000), joelho (180.000), partes múltiplas (152.000) e articulação do tornozelo (135.000).

As áreas com maior incidência de acidentes de trabalho foram atendimento hospitalar (378.000), comércio varejista, especialmente supermercados (142.000), administração pública (119.000), construção de edifícios (106.000), transporte de cargas (100.000) e correio (90.000). Já no ranking por ocupação, as ocorrências mais frequentes foram as de alimentador de linha de produção (192.000), técnico de enfermagem (174.000), faxineiro (109.000), servente de obras (97.000) e motorista de caminhão (84.000).

Entre os homens, os acidentes foram mais frequentes na faixa etária dos 18 aos 24 anos. Já entre as mulheres, no grupo de 30 a 34 anos.

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Na distribuição geográfica, os estados com maior ocorrência destes incidentes foram São Paulo (1,3 milhão), Minas Gerais (353.000), Rio Grande do Sul (278.000), Rio de Janeiro (271.000), Paraná (269.000) e Santa Catarina (185.000).

Para além dos impactos principais e graves dos danos à vida e à integridade de trabalhadores, os acidentes de trabalho também trazem outras consequências. No período monitorado pelo Observatório, 351 milhões de dias de trabalho foram “perdidos” em razão dos afastamentos. Os gastos estimados neste mesmo intervalo chegaram a mais de 82 bilhões de reais.

Na avaliação do coordenador nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, Leonardo Mendonça, o Brasil ainda tem muito o que avançar. Mendonça diz que, a despeito do discurso das empresas considerar a importância da segurança nos locais de trabalho, a preocupação com a produção ainda vem em primeiro lugar.

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O procurador argumenta que empregadores devem investir tanto em prevenção como no fornecimento de materiais de segurança. “O ideal é ter um ambiente de trabalho organizado não apenas no sentido de um local limpo, mas saudável, que não seja propenso a adoecimentos”, defendeu, em entrevista á Agência Brasil.

Segundo o procurador, a construção desse ambiente para evitar acidentes e adoecimentos envolve uma preparação do conjunto das empresas, inclusive a formação de seus funcionários e pessoas em postos de chefia. “É preciso fazer capacitações com todos os setores da empresa. Desde o topo até o funcionário de chão de fábrica para que tenha carimbo de que realmente ela se preocupa com saúde”, argumenta.

Em abril, foi lançada a Campanha de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Canpat 2019), uma iniciativa conjunta do governo federal, Ministério Público do Trabalho e entidades patronais e de empregadores. O objetivo da iniciativa foi alertar para o problema e estimular empregadores e trabalhadores a construírem ambientes mais saudáveis.

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