A alternativa estudada para a família Menin após a venda do Atlético-MG
Clube está em estágio final para se transformar em SAF e estuda alternativas para devolver os aportes realizados por um grupo de empresários locais
O ano de 2023 deve marcar um novo estágio para a configuração de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) no futebol brasileiro. Se a primeira fase contou com a venda de clubes com finanças descontroladas e distantes da briga por títulos de grande expressão, pelo menos dois clubes estruturados e poderosos devem migrar para o novo modelo de negócio este ano: o Atlético Mineiro e o Athletico Paranaense. A expectativa, segundo fontes do mercado, é que metade dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tenham algum tipo de acordo do tipo até o fim do ano — hoje, são seis de um total de 20.
O Atlético Mineiro, especialmente, vive uma situação curiosa, pois tem recebido sucessivos aportes nos últimos anos de quatro empresários: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador. Os mecenas já emprestaram mais de 200 milhões de reais para o clube — o aporte da família Menin foi um mútuo de 130 milhões de reais, sem juros. Além de injetar diretamente dinheiro no clube, a família Menin, por meio da incorporadora MRV, estampa sua marca na camisa do Atlético Mineiro e exerceu a aquisição dos naming rights da Arena MRV, novo estádio do clube mineiro, campeão brasileiro em 2021. Por essas e outras, acredita-se que o time fará a maior SAF do Brasil — alguns arriscam a dizer que a arrecadação com a venda do futebol do clube será maior do que as de Botafogo, Cruzeiro e Vasco, juntas.
Fontes com trânsito nas tratativas acreditam que o ‘desmame’ dos mecenas se dará de algumas formas. “O clube com a SAF pode pagar e devolver esse endividamento, ou converter esses mais de 200 milhões de reais em equity da nova sociedade. Uma coisa é certa. Eles vão continuar de qualquer maneira”, diz essa fonte. Um dos objetivos dos Menin é transformar o clube de futebol do Atlético Mineiro em uma empresa com faturamento acima de 1 bilhão de reais em um futuro breve, pouco mais do que o dobro da receita atual. Um dos interessados na SAF do clube é o empresário americano Peter Grieve, que diz ter 1 bilhão de dólares para investir em times mundo afora.