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A alta maior que estimada nos juros dos EUA e os efeitos para o Brasil

Federal Reserve aumentou em 0,75 ponto a taxa básica americana, acima da expectativa de 0,5 ponto, para tentar frear a inflação

Por Renan Monteiro Atualizado em 15 jun 2022, 18h26 - Publicado em 15 jun 2022, 15h40

A instabilidade econômica acima da média esta semana tem causa e efeito. Para continuar o combate à inflação, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, elevou as taxas de juros em 0,75 ponto porcentual nesta quarta-feira, seu maior movimento desde 1994, e acima do 0,5 ponto do último ajuste e do que era aventado pelo mercado. O Banco Central do Brasil, por sua vez, anuncia ainda hoje o aumento na taxa de juros, e por aqui é esperado ritmo menor na aperto, em 0,50 ponto. Nesta chamada superquarta os mercados acompanham com atenção minuciosa as sinalizações de continuidade ou retração na política monetária. O ponto focal é as possíveis decisões das autarquias nas próximas reuniões, considerando que os aumentos de hoje já são tidos como certos.

Em seu comunicado, o Fed afirmou que está “fortemente comprometido” em levar a inflação para a meta, que é de de 2% ao ano. Na última reunião, o Fed indicava uma elevação de 0,50 ponto, mas após o índice de preços ao consumidor registrar alta de 8,6% em maio, no acumulado de 12 meses, o balanço de riscos mudou.

A inflação nos Estados Unidos e no Brasil continuam em cenário de forte alta, com poucas perspectivas de arrefecimento no curto prazo. Dado os níveis inflacionários altíssimos, os bancos centrais são pressionados a elevar mais as taxas de juros. “Agora, o mercado acredita que o juro nos EUA vai ficar cerca de um ponto percentual acima do que estava sendo projetado há pelo menos um mês. O que sustenta essa mudança de perspectiva em relação ao juro americano tem nome e endereço certo: a divulgação do resultado de maio da inflação ao consumidor, que superou as expectativas de mercado”, diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos

O resultado com as taxas de juros elevadas nos EUA é um estresse global. No caso do Brasil, há uma maior sensibilidade. “Quando se tem aversão ao risco, o Brasil sofre mais. Se há um diferencial de juros mais baixos do Brasil em relação aos EUA, aumenta o custo de oportunidade de manter o dinheiro no Brasil”, diz Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos. Considerando que os investidores sempre buscam maior segurança e rentabilidade, a decisão de aumento das taxas de juros nos EUA é um estímulo maior para investidores buscando proteção das carteiras de ativos. Em outras palavras, juros altos nos Estados Unidos costuma significar dólar saindo do Brasil.

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Victal também destaca os efeitos na inflação do país. “Se o Fed sobe mais rápido (a taxa de juros), há uma pressão na taxa de câmbio do Brasil e câmbio mais desvalorizado é um panorama inflacionário pior para o país”, avalia a economista, considerando que dólar mais alto frente ao real aumenta os preços das importações de insumos para as empresas. Além disso, com o dólar mais caro, os preços das commodities e mesmo o combustível ficam mais pressionados. 

 

 

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