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36 barragens estão em nível de alerta; 29 são da Vale

O alerta é da Agência Nacional de Mineração (ANM) devido ao volume de chuvas acima da média em algumas regiões do país; evacuações já ocorrem em MG

Por Luana Zanobia Atualizado em 11 jan 2022, 20h01 - Publicado em 11 jan 2022, 13h04

O elevado volume de chuvas está causando estragos em diversas localidades do país. As tempestades deixaram cidades do sul da Bahia debaixo d’água, desabrigando mais de 77 mil pessoas. Minas Gerais agora também passa pelo problema com os fortes temporais que atingem a região. No sábado, 8, o desabamento de pedra de um cânion no lago de Furnas, em Capitólio (MG), ocasionou um acidente fatal. A temporada de chuvas também está colocando as barragens em situação de alerta. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), 36 estruturas monitoradas 24 horas por dia estão em nível de emergência, quando há alto risco de rompimento. Dessas, 29 são da Vale.

As outras barragens em alerta são da Emicon Mineração e Terraplanagem (2), massa falida de Mundo Mineração (2), CSN (1), ArcelorMittal (1), e Topazio Imperial Mineração (1).

Nesta terça-feira, 11, a CSN acionou o nível 2 para a barragem B2, da Mina Fernandinho, em Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A barragem é de responsabilidade da Minérios Nacional, que faz parte do grupo CSN. Segundo a mineradora, não há mais moradores na região e a equipe inicia os trabalhos de inspeção ainda hoje. O nível de emergência de barragens possui três classificações. O nível 2 ocorre quando a barragem tem uma anomalia classificada como “não controlada” ou “não extinta” e precisa de reparos e inspeções, exigindo também evacuações do local.

No domingo, 9, moradores da região da Usina do Carioca, no centro-oeste de Minas Gerais, também tiveram que deixar suas casas após a Prefeitura de Pará de Minas emitir alerta de alto risco de rompimento da barragem. A usina está localizada na divisa entre Conceição do Pará e Pará de Minas, a cerca de 130 quilômetros de Belo Horizonte. As cidades mais ameaçadas são Onça de Pitangui, Pará de Minas e Pitangui.

Segundo a ANM, em Minas Gerais, há 350 barragens no Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração, das quais 210 adentraram na Política Nacional de Segurança de Barragens, as quais são classificadas segundo risco (baixo, médio e alto). A AMN divulgou no ano passado que o país possuía 40 barragens em nível de emergência. Desse total, três usinas da Vale estavam classificadas no nível 3, sendo elas a barragem Sul Superior, na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG);  B3/B4, na mina Mar Azul, em Nova Lima (MG); e Forquilha III, na mina Fábrica, em Itabirito (MG). “Para as barragens em nível de alerta mais crítico (nível 3) a Vale construiu estruturas de contenção de grande porte para proteger as comunidades que vivem próximas e viabilizar a execução das obras com mais segurança. Todos os barramentos da empresa nessa situação já têm suas respectivas contenções finalizadas, sendo capazes de reter os rejeitos em caso de necessidade”, disse a companhia em nota enviada para VEJA.

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A empresa ainda informou que todas as barragens de mineração da Vale são monitoradas 24 horas por dia sete dias por semana pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) e passam por inspeções regulares de equipes internas e externas.

A Vale vem eliminando barragens alteadas a montante, método de baixo custo, porém de maior risco de ruptura. Desde 2019, das 30 mapeadas, praticamente 25% do Programa de Descaracterização da empresa foi concluído, segundo a companhia. A Vale afirma que a previsão é que nenhuma barragem esteja em condição crítica de segurança (nível de emergência 3) até 2025, quando 67% das estruturas alteadas a montante já estarão eliminadas.

A Vale já protagonizou o rompimento de duas barragens, causando danos e estragos irreparáveis. O primeiro em 2015 com o rompimento da barragem em Mariana (MG), considerado até hoje o maior desastre ambiental, e o segundo em 2019, em Brumadinho (MG), ocasionando o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século.

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