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Por Renata Firpo
Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário
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Como os campos de golfe viraram uma tacada certeira para o mercado

Incorporadoras investem alto para disponibilizar circuitos como o principal atrativo de novos empreendimentos

Por Renata Firpo
14 mar 2024, 10h21

O Brasil está longe de ser a terra do golfe, mas o apelo do esporte em termos de negócios para o mercado imobiliário continua sendo uma tacada certeira. A aposta é a de que o circuito restrito de praticantes por aqui é formado por clientes com enorme potencial financeiro. Ou seja, é um caso típico da fórmula “menos-é-mais”. Em termos de apelo de marketing para um novo empreendimento, a presença de um campo de golfe no terreno passa uma imagem de exclusividade, o que acaba impactando até quem não é adepto da modalidade.

Por esse motivo, não param de surgir novidades nesse campo, a exemplo do empreendimento em Santa Catarina que se lançou como o primeiro condomínio residencial com campo de golfe iluminado do país. Apenas Estados Unidos, Coreia e China possuem espaços onde é possível se jogar à noite. Este diferencial amplia o tempo para a prática do esporte e pode ser uma solução para ajudar no custo da manutenção do espaço, já que, para utilizar o campo, o comum é que, mesmo os condôminos precisem pagar uma mensalidade e taxas de uso. Com mais tempo disponível para jogar, mais aumento da receita.

O empreendimento onde estará o campo de golfe iluminado é da Incorporadora Wert. Além da infraestrutura pioneira, a empresa anuncia que vai preservar 16 000 metros quadrados de vegetação na área do condomínio, que tem previsão de entrega até o começo de 2025.

Fechar no azul a conta de um empreendimento do tipo não é fácil. O campo de golfe é o item de lazer mais caro de um condomínio residencial. Em primeiro lugar, é preciso dispor de uma área grande e com algumas especificidades para ser transformada em um campo de golfe. Um circuito de nove buracos necessita de uma área aproximada de 25 hectares. Se a ideia é montar um campo com 18 buracos, a necessidade de área aumenta para 40 hectares. Além disso, o solo ideal deve ser um pouco arenoso para facilitar a drenagem da água da chuva e com leves ondulações para deixar o jogo com mais desafios. Além do tamanho da área e do tipo específico de terreno, existem cuidados com a grama, com a beleza natural, com a vegetação, e com sistemas de irrigação. Já que são muitos itens, o custo da implantação de um campo de golfe de 18 buracos pode variar bastante, pois a escolha de cada elemento impacta no valor final, que pode ser de 2 a 15 milhões de reais.

Diferentemente de outros itens de lazer de um condomínio, o campo de golfe demanda um cuidado permanente que também pesa nos bolsos dos administradores. O principal é a irrigação do espaço. Um campo de 18 buracos necessita, em média, de 1.5 a 2 milhões de litros de água por dia.

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Segundo estimativas dos especialistas no assunto, o Brasil tem cerca de 30 000 adeptos da modalidade. O esporte existe por aqui desde o início de 1900, graças a um grupo de engenheiros ingleses e escoceses que estavam em São Paulo trabalhando na construção da Estrada de Ferro que ligava Santos a Jundiaí. Durante sua estadia em terras brasileiras, conseguiram uma parte do  terreno do Mosteiro de São Bento para construir o primeiro campo de golfe do país. Nascia, assim, o primeiro clube privativo do país, o São Paulo Golf Club, em 1901. Hoje já são aproximadamente 155 campos espalhados pelo país, um universo ainda tímido se considerar a vizinha Argentina com o dobro de unidades ou, então, os Estados Unidos, numero um da lista com mais espaços dedicados ao esporte, que conta hoje com aproximadamente quinze mil campos de golfe em todo o seu território.

Apesar da grande diferença de numero de campos entre os países, Brasil e Estados Unidos guardam algumas semelhanças nesse esporte. Os dois são os únicos em que os jogadores masculinos participaram de todos os Campeonatos Mundiais desde sua instituição, em 1958. Além disso, muitos campos de golfe no Brasil foram projetados e assinados por norte americanos renomados como Arnold Palmer e Randal Thompson.

Em 1974, o empresário Jacob Federmann, fundador do Grupo Senpar (Sociedade de Engenharia e Pavimentação Rodoviária) revolucionou o conceito de moradia ao lançar o condomínio de campo Terras de São José em Itu, o primeiro loteamento fechado do Brasil a ter um campo de golfe integrado como ítem de lazer para os condôminos. Depois dele, alguns outros seguiram o exemplo e também colocaram em seus portifólios mais uma oportunidade de entretenimento e prática esportiva alinhados com segurança e qualidade de vida.

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