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Por Renata Firpo
Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário
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Os lances inusitados da corrida imobiliária dos Jogos Olímpicos de Paris

Capital da França experimenta uma movimentação inédita do setor motivada pela expectativa da chegada das multidões de turistas para o evento

Por Renata Firpo
Atualizado em 25 abr 2024, 09h29 - Publicado em 25 abr 2024, 09h16

À medida em que se aproxima a realização de uma Olimpíada, a cidade-sede experimenta uma desenfreada corrida de valorização imobiliária que provoca um salto em altura nos preços dos hotéis e dos endereços disponíveis no mercado de locação. Nessa modalidade, Paris já pode ser considerada recordista. A esta altura do campeonato, os preços já se encontram em cifras impressionantes e não cessa o jogo para descobrir novas formas de lucrar o máximo possível com a chegada de turistas.

O mais recente lance envolve a movimentação dos proprietários de imóveis localizados nas regiões mais cobiçadas da capital francesa para jogar para escanteio os inquilinos, de forma a deixar os endereços livres para os turistas dispostos a pagar qualquer preço por ele. De acordo com a legislação local, a rescisão dos contratos deve ser feita com seis meses de antecedência para imóveis não mobiliados ou três meses antes para imóveis mobiliados. Como estamos a exatamente três meses do início dos Jogos (eles começam em 26 de julho), é provável que muitos inquilinos tenham que procurar outro lugar para morar daqui para frente.

A matemática da expectativa de lucros altos num curto espaço de tempo é fácil de explicar: em tempos normais, o aluguel mensal de um estúdio com cerca de 20 metros quadrados em Paris custa 900 euros sem as contas de luz, água e internet inclusas. Já é um preço salgado, mas o salto dos Jogos pode elevar esse valor ao Olimpo. A diária de locação do mesmo imóvel para o período do evento esportivo ultrapassa fácil a cifra de 1 000 euros. Ou seja, no espaço de algumas semanas, o proprietário pode garantir o rendimento de um ano inteiro. Já os pobres inquilinos desalojados que tratem de dar um duplo-twist-carpado na dificílima missão de achar outro endereço para chamar de seu dentro desse contexto.

Desde 2015, a legislação francesa inovou ao limitar os preços dos alugueis na capital, atendendo a uma reivindicação antiga dos moradores da região diante dos preços elevados. Mas, em meio à proximidade das Olimpíadas, os proprietários que não estão renovando os contratos de locação driblam a regra, mirando nas plataformas de aluguel por temporada, onde os preços não tem limites.

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Para quem vem se indignando com toda essa volúpia pelos lucros na esteira das Olimpíadas, o noticiário trouxe nos últimos dias uma consolação. Alguns imóveis de luxo da capital francesa que estão à disposição dos visitantes para a mesma época esperavam assinar contratos de locação para o período com valores acima de 20 000 euros. O que aconteceu? A demanda deu uma bela refugada, como a do cavalo Baloubet du Rouet, esperança de ouro nos Jogos de Sydney com o cavaleiro Rodrigo Pessoa que terminou com o animal recusando-se a saltar um obstáculo.

No caso do mercado imobiliário parisiense, a refugada obrigou os proprietários a começarem a baixar esses preços na tentativa de fisgar interessados. Por isso, agora, a modalidade em disputa no momento na capital francesa é a pechincha olímpica no mercado imobiliário de luxo em Paris. 

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