As empresas estrangeiras que apostaram no Brasil não têm de se preocupar apenas com a insegurança jurídica futura, mas também com aquilo que já passou.
Um acordo feito na Bahia entre a antiga Shell, hoje a gigante Raízen, e a Infraero gerou uma contenda judicial por conta de um posto de gasolina instalado próximo ao aeroporto de Salvador.
O contrato, celebrado para durar dois anos, passou, por meio de aditivos, a valer por 15 anos. A mudança foi feita no período em que Leur Lomanto era assessor especial do então presidente da Infraero, Carlos Wilson.
Detalhe: Lomanto é pai de Leur Lomanto Júnior, dono do posto que se beneficiou com o arranjo contratual. O acordo original vence em março, mas os operadores já deixaram claro que não querem sair lá.
O pepino caiu no colo da Vinci Airports, que é a concessionária do aeroporto da capital baiana desde 2018, e tenta desfazer o imbróglio.
(ATUALIZAÇÃO: A Raízen defende que negociação pela renovação está sendo protelada o quanto pode pela Vinci Airports. A empresa afirma que já fez diversas propostas formais de renovação e comunicou que aceitaria participar de uma nova concorrência, mas sem resposta).