Mesmo com alta de juros, empréstimos cresceram 20% em 2021, diz pesquisa
Saldo de crédito tomado por pessoas físicas chegou a R$ 2,6 trilhões no ano passado; bancos veem com cautela cenário para 2022
Mesmo com a alta da taxa de juros, o volume contratado por brasileiros em empréstimos teve aumento de quase 20% em 2021, mostra pesquisa do Instituto Propague que acaba de ser lançada em parceria com a Stone.
A nova edição do relatório ‘Mercado de Crédito em Dados’ aponta que, em números absolutos, o crédito para pessoa física saiu de cerca de 2,2 trilhões de reais de saldo em novembro de 2020 para 2,6 trilhões de reais em novembro de 2021 — alta de 19,7%. Em relação a novembro de 2017, primeiro ano pesquisado, o aumento foi de 53%.
A pesquisa pontua que, com a alta da inflação, a Selic saiu de 2% para 9,25% em 2021 e que, como é a taxa básica de juros da economia, influencia todos os índices de juros do país, como as próprias taxas de juros dos empréstimos, financiamentos e das aplicações financeiras.
No entanto, como a mudança foi “brusca” — em um período de menos de um ano–, diz o relatório, ainda não chegou a refletir em uma reversão dos resultados do mercado ainda em 2021, e nem em um arrefecimento da oferta de crédito em si, como é possível constatar pelo aumento do montante contratado.
“De toda forma, o total de crédito concedido para pessoas físicas é uma importante métrica a ser acompanhada de perto pelos próximos meses para termos uma maior noção de como essa piora nas condições de oferta de crédito afetará a economia”, diz o estudo.