Lula ignorou alerta de acionistas da Petrobras sobre demissão de Prates
No dia seguinte à saída do presidente da estatal, a empresa levou um tombo de 34 bilhões de reais no seu valor de mercado
No início de abril, o governo avisou a acionistas da Petrobras que o então presidente da estatal, Jean Paul Prates, iria cair e foi alertado que isso deveria ocorrer antes da eleição do Conselho de Administração da empresa, que ocorreu no dia 25 do mês passado.
Lula, no entanto, postergou a demissão, sacramentada apenas na noite da última terça-feira. Resultado: no dia seguinte à saída de Prates, a petroleira levou um tombo de 34 bilhões de reais no seu valor de mercado, uma queda de 6,8%.
Na conversa ocorrida no dia 3 de abril, no Palácio do Planalto, o advogado Leonardo Antonelli, que representa acionistas minoritários da estatal, ponderou a auxiliares do presidente que o certo seria tirar Prates antes da escolha de novos do conselho, porque teria a chance de nomear quem quisesse por ter a maioria dos votos.
“Depois da assembleia do dia 25, seria necessário destituir o conselho recém-eleito, repetindo a bandalha que o governo anterior vinha fazendo, e que levou a derreter as ações da companhia em quase 100 bilhões de reais”, declarou Antonelli ao Radar, na ocasião.
Ainda no começo de abril, ele disse que a forma como a estatal vem sendo gerida passava uma péssima imagem ao marcado internacional. “A Petrobras é uma empresa que vale quase meio trilhão de reais. Não pode ser tratada ao sabor do vento. O boletim de voto à distância já foi disponibilizado para os acionistas no exterior, ou seja eleição já começou. É um desserviço ao Brasil e aos acionistas insistir nessa desgovernança”.