A inflação volta ao radar do mercado nesta terça-feira 25. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 subiu 1,23% em fevereiro. Considerado a prévia do índice oficial de inflação, o IPCA-15 ficou 1,12 ponto percentual acima do resultado de janeiro, que foi de 0,11%. Com o resultado, o indicador acumula alta de 1,34% no ano e de 4,96% no acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro. Com isso, o IPCA-15 reforça o temor dos analistas de que a inflação encerre 2025 novamente acima do teto da meta de 4,5%.

A aceleração dos preços, contudo, não deve alterar o roteiro da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), programada para os dias 18 e 19 de março, segundo Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo. Como se sabe, a autoridade monetária sinalizou com uma alta de 1 ponto percentual para a taxa Selic, o que a elevaria para 14,25% ao ano. Se confirmado, será o terceiro aumento consecutivo de 1 ponto.

Costa lembra que, devido à defasagem de tempo entre as decisões do Banco Central de elevar a taxa Selic e seu efetivo impacto sobre a inflação, a alta de 1 ponto percentual prevista para o mês que vem terá pouco efeito para conter a inflação de 2025, e o próprio BC já deslocou seu horizonte relevante para o primeiro trimestre de 2026. “A inflação de 2025 já está dada”, afirma o economista, que projete um IPCA ao redor de 6% neste ano.

“Não há razão para o Copom acelerar o movimento”, acrescenta Costa. “Uma alta de 1 ponto já é um movimento bastante apertado para a política monetária”. Para o economista, a questão agora é o que virá após março: um aperto de mesma magnitude ou menor.

Outro dado que mexerá com os mercados nesta terça-feira é a divulgação do índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos às 12h. Com ele, os economistas poderão avaliar como anda a demanda da maior economia do mundo. Como se sabe, as medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump para taxar as importações preocupa os analistas, na medida em que podem gerar pressões inflacionárias.

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