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Radar Econômico

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Tarifa é ‘quase embargo’ e custaria R$ 20 bi até 2030, diz CEO da Embraer

Francisco Gomes Neto alerta para impacto comparável ao da pandemia da Covid-19 se a tarifa americana de 50% realmente for implementada

Por Felipe Erlich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jul 2025, 15h21 - Publicado em 15 jul 2025, 14h59

O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, classificou a sobretaxa de 50% contra o Brasil anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como um “quase embargo” que teria implicações muito graves para a fabricante de aviões. O CEO frisou que seu negócio é atingido pela ameaça de Trump de maneira particularmente difícil, pois os Estados Unidos são um destino importante dos aviões da Embraer e a empresa ficaria sem uma alternativa clara para contornar o tarifaço sem grandes perdas de receita. “Não teria como remanejar essas vendas”, disse Gomes Neto. Segundo cálculos da Embraer, a tarifa de 50% acarretaria em um custo adicional de 9 milhões de dólares (ou 50 milhões de reais) para cada avião vendido pela empresa — o que resultaria em um custo acumulado de 20 bilhões de reais até 2030 para os clientes da Embraer. A cifra elevadíssima poderia acarretar em cancelamentos ou suspensões de pedidos, queda firme de receitas, revisão do plano de produção da empresa, redução de investimentos e um possível corte no quadro de funcionários comparável ao ocorrido durante a pandemia da Covid-19, quando a Embraer demitiu cerca de 20% do seu pessoal, segundo o executivo.

Sobre a possibilidade da sobretaxa de Trump inviabilizar vendas da Embraer aos EUA, o presidente da empresa afirmou que isso iria variar caso a caso, mas citou o exemplo dos jatos comerciais da linha E1 como um ponto de preocupação: “O jato E1 fica inviabilizado”. Se a sobretaxa de 50% for cobrada, a fabricante de aviões não vê outra alternativa que não desacelerar a sua produção. As eventuais demissões decorrentes desse cenário não impactariam apenas as operações da Embraer no Brasil, concentrada no estado de São Paulo, mas também o seu quadro de funcionários nos Estados Unidos, segundo Gomes Neto. “Essa situação é de perde-perde”.

A Embraer tem presença nos Estados Unidos há mais de 45 anos no que Gomes Neto chamou de relação ganha-ganha. O presidente da companhia está esperançoso com a possibilidade do governo brasileiro chegar a um acordo com a Casa Branca acerca das tarifas. “Estamos muito otimistas”, diz o executivo. Ele citou o acordo recente entre EUA e Reino Unido, que zerou a alíquota de importação sobre o setor aeroespacial, como um exemplo do que poderia ser alcançado: “Uma solução negociada é possível. No caso das aeronaves, tem uma boa base para negociar”. A Embraer está muito ativa em conversas com “autoridades de alto nível nos Estados Unidos” para informá-las dos benefícios da parceria entre a indústria aeroespacial brasileira e o país norte-americano, também segundo o CEO.

Como ainda há dúvida sobre o que de fato vai acontecer em relação à cobrança da tarifa, cuja implementação começa teoricamente no dia 1o de agosto, clientes da Embraer não cancelaram pedidos até o momento. “Todo mundo está tentando entender o que vai acontecer”, diz Gomes Neto. “Não teve até agora nenhum cancelamento (de pedido)”. A empresa não tem uma dimensão exata das consequências geradas pela sobretaxa, mas por ora faz a comparação com o ocorrido durante a pandemia da Covid-19. “A gente entende que a situação pode ser muito similar”, diz Gomes Neto.

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