Sucessão na Vale é conduzida de “forma manipulada”, escreve conselheiro
José Luciano Penido, que renunciou ao cargo no conselho da mineradora, escreveu que processo “sofre evidente e nefasta influência política”
Um dos votos contrários à decisão de estender em seis meses o mandato de Eduardo Bartolomeo na Vale e decidir o próximo presidente por meio de uma lista tríplice apresentada por uma consultoria, um conselheiros independentes da mineradora, José Luciano Penido, renunciou ao cargo nesta segunda-feira 12. Em carta apresentada aos colegas, Penido escreveu que, o processo sucessório de escolha do CEO da Vale vem sendo “conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.
“No conselho se formou uma maioria cimentada por interesses específicos de alguns acionistas lá representados, por alguns com agendas bastante pessoais e por outros com evidentes conflitos de interesse”, escreve. “O processo tem sido operado por frequentes, detalhados e tendenciosos vazamentos a imprensa, em claro descompromisso com a confidencialidade”, afirma Penido.
“Não acredito mais na honestidade de propósitos de acionistas relevantes da empresa no objetivo de elevar a governança corporativa da Vale a padrão internacional de uma Corporation. Neste contexto minha atuação como Conselheiro Independente se toma totalmente ineficaz, desagradável e frustrante”, justificou.