Proteção da Amazônia pode virar moeda de troca por vacinas americanas
Banqueiros acreditam que governo brasileiro terá que assumir compromissos ambientais por escrito e até aceitar observadores externos
A questão é o meio ambiente, mas o resultado da Cúpula do Clima pode trazer mais vacinas contra Covid-19 e acelerar a vacinação no Brasil, na visão de alguns banqueiros ouvidos pelo Radar Econômico. Eles dizem que os Estados Unidos têm vacinas sobrando, mas qualquer ajuda ao Brasil passará necessariamente por contrapartidas na questão ambiental, já que a preservação da Amazônia foi uma promessa de campanha do presidente americano Joe Biden. Mas esses banqueiros sabem que não será uma tarefa fácil para um governo que tem tido um discurso negacionista do meio ambiente e de soberania da Amazônia. Por isso, estão observando com ansiedade. Só o discurso do presidente de Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, que começa nesta quinta-feira, 22, não será suficiente e eles acreditam que governo brasileiro terá que aceitar compromissos escritos e até mesmo se submeter a observadores externos, que possam avaliar se o país estará agindo efetivamente contra desmatamento e queimadas. A expectativa é que Bolsonaro aceite medidas deste tipo caso entenda que a aceleração da vacinação, com a consequente melhora da economia, possa ser eleitoralmente compensadora.