Petz e Cobasi: a surpreendente reação à fusão e mudanças para consumidores
VEJA Mercado: varejistas pretendem combinar negócios e formar empresa de faturamento de quase R$ 7 bilhões; Sergio Zimerman detalha operação
As varejistas Petz e Cobasi comunicaram ao mercado que assinaram um memorando de entendimento não vinculante para a fusão das operações. A transação deve criar um grupo de faturamento anual de 6,9 bilhões de reais e de 483 lojas espalhadas pelo Brasil. A negociação avaliou a Petz em 3,3 bilhões, e a Cobasi em 2,1 bilhões. Os acionistas da Petz ficarão com 50% da empresa combinada, enquanto os da Cobasi ficarão com os outros 50%. O CEO da nova empresa será Paulo Nassar, da Cobasi, com Sérgio Zimerman, fundador da Petz, presidindo o conselho de administração. Zimerman poderá indicar quatro membros para o conselho, enquanto a família Nassar e a Kinea, acionistas da Cobasi, indicarão outros cinco membros. A participação do atual CEO da Petz na nova empresa cai de 29,7% para 14,9%.
Reação do mercado
As ações da Petz disparam 50% por volta das 13h desta sexta-feira, 19. Os analistas da Genial Investimentos avaliam a fusão como positiva para as empresas e afirmam que a operação deve criar um player dominante no segmento pet no Brasil. “A fusão criará um player dominante no setor pet, em um momento em que a competição é cada vez mais acirrada — podendo aliviar as pressões de competição e tornar a precificação mais racional, além de trazer outras sinergias significativas de crescimento e eficiência para o negócio combinado”, escrevem em relatório enviado a clientes.
O que muda para os consumidores?
A Petz realizou uma conferência com analistas e acionistas nesta manhã e deu alguns detalhes sobre o negócio. Sergio Zimerman afirmou que a fusão será feita “nos moldes RaiaDrogasil”, em que ambas companhias mantém as bandeiras de suas lojas de maneira independente. Nem Petz e tampouco Cobasi pretendem fechar capital. O empresário afirmou que a negociação avançou fundamentalmente nos últimos 15 dias e que está otimista pela aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) porque “a concentração de mercado é irrelevante”, segundo ele. O empresário também rechaçou a ideia de que a fusão seja para “uma empresa salvar a outra”.
Em entrevista ao programa VEJA S/A gravada no último mês de novembro, o atual CEO da Petz afirmou que havia colocado praticamente todo o seu patrimônio em ações da companhia e que o mercado estava precificando erroneamente a empresa. Zimerman também não descartava uma fusão com a Cobasi, anunciada nesta sexta-feira. O empresário também afirmou que era esperada uma desaceleração do crescimento de receitas e de novas lojas ao longo do ano de 2024.
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