Petrobras dispara e bolsa tem maior alta desde maio de 2020
VEJA Mercado: Decisão da Opep influenciou papel da estatal, além disso PEC dos Precatórios também influenciou
VEJA Mercado | Fechamento | 2 de dezembro.
O Ibovespa teve um dia influenciado pelo bom humor ao longo de toda a sessão e fechou em alta de 3,66%, a 104.466 pontos, a maior alta desde maio de 2020. O índice foi influenciado, sobretudo, pela Petrobras. A estatal subiu 7,1% após a Opep+ manter a política de aumentar gradualmente a produção global de petróleo, uma medida que pressiona o preço da gasolina, mas que aumenta os ganhos das petrolíferas, uma vez que as restrições na oferta tendem a elevar a cotação da commodity no mercado internacional. O Brent, por exemplo, avançou 1,7%, a 70,1 dólares. Os investidores ignoraram completamente o PIB negativo e a recessão técnica. Mas repercutiram também a PEC dos Precatórios, que foi aprovada em dois turnos no Senado e, enfim, saiu do caminho do mercado. A proposta fura o teto de gastos e desagrada os investidores, mas o desejo era de que fosse logo aprovada para os analistas terem os números fechados para fazer as contas.
A maior alta do dia foi registrada pela Braskem. A companhia disparou 9,3% após revelar a distribuição de 6 bilhões de reais em dividendos antecipados. A empresa também informou que sua acionista, a Odebrecht, estuda fazer uma oferta secundária das ações da empresa. Até agora, este é o papel que mais se valorizou no conturbado 2021 — cerca de 130%.
Mas nem tudo são flores. Acontece que os analistas temem que a sessão de hoje tenha sido apenas um respiro após sucessivos pregões no vermelho, uma vez que os possíveis efeitos da variante ômicron na economia ainda não estão precificados. “Não sabemos a extensão dessa variante e tampouco as decisões dos outros países. Mesmo com os altos índices de vacinação no Brasil, o fato dos mercados externos ainda negociarem com alguma cautela deve respingar sim na bolsa brasileira, e isso não está precificado pelo mercado”, avalia Felipe Vella, analista da Ativa Investimentos. Importante lembrar que capitais como São Paulo, Fortaleza e Salvador decidiram cancelar as festas de Réveillon. O dólar não cedeu tanto, mas fechou em queda de 0,19%, a 5,660 reais.