PEC é um circo para dar esmola, diz deputado
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros, deputado afirma que benefício não vai afetar intenção de voto da categoria
O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), que coordena a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 7, pedindo que a tramitação da famigerada PEC das Bondades seja suspensa — e fez coro ao discurso dos caminhoneiros. Aprovado hoje em comissão da Câmara, o projeto concede cerca de 41 bilhões de reais em benefícios sociais às vésperas da campanha eleitoral. Dentre as medidas, está um auxílio de mil reais para 870 mil caminhoneiros autônomos, com custo de 5,4 bilhões de reais. Apesar de representar o setor, Crispim não vê a ideia com bons olhos. Em entrevista ao Radar Econômico, chamou os mil reais de “esmola”, uma “ofensa” aos profissionais, que ‘não pagaria nem um terço de um pneu novo’. O deputado afirma que o benefício não mudará em nada a intenção de voto dos caminhoneiros, que, segundo ele, se sentem traídos pelo presidente.
Crispim afirma que os caminhoneiros continuarão insistindo no fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), praticado pela Petrobras, como a verdadeira solução para aliviar suas finanças. Assim, o deputado classificou a PEC como o resultado de uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes de se isentarem da responsabilidade de reduzir os preços da estatal. Em meio a isso tudo, Crispim disse que nem foi para Brasília nesta semana, pois não quer “participar desse circo”. O relator da ação apresentada pelo deputado ao STF é o ministro André Mendonça, indicado ao cargo por Bolsonaro.
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