Odebrecht paga bancos com dividendo bilionário da Braskem e é questionada
Empresa recebeu 2,3 bilhões de reais da Braskem no fim de dezembro

A Odebrecht, que agora tem o nome de Novonor, recebeu 2,3 bilhões de reais em dividendos da Braskem e usou boa parte dos recursos para pagar os bancos, que hoje têm a Braskem como garantia, sem destinar recursos para os outros credores. A dívida total dos bancos é registrada historicamente em 13 bilhões de reais. A Alvarez & Marsal, que é a administradora judicial da empresa, está pedindo mais informações e esclarecimentos, segundo o relatório financeiro da empresa anexado ao processo de recuperação judicial. Mas não há informação sobre o valor que ficou com a Odebrecht. Alguns credores questionam o fato de que tanto os dividendos da Braskem quanto o valor de venda das ações da petroquímica, que ficou acertado no plano de recuperação judicial, vão para a Odebrecht Investimentos, que não está em recuperação judicial e, por isso, a empresa pode fazer o que quiser com os recursos. O Tribunal de Justiça chegou a anular esta parte do plano, mas a Odebrecht conseguiu suspender a decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ainda tem credores, como o ex-presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, que pede ao tribunal que considere que os bancos recebam apenas o que emprestaram de dinheiro novo para a empresa, o que faria a dívida cair de 13 bilhões para 4,1 bilhões. Considerando o pagamento dos dividendos agora revelados, a dívida dos bancos cairia pela metade.
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