O elevado reajuste da energia vai complicar a vida da Enel no Ceará
Crise hídrica levou a reajuste de 25% nas tarifas e deputado Danilo Forte chama a empresa e a Aneel para se explicar
O reajuste de cerca de 25% nas tarifas de energia elétrica dos consumidores do Ceará vai causar dor de cabeça à Enel, distribuidora que atende o estado e já acende o alerta para as distribuidoras por todo o país que ao longo do ano também vão ter reajustes expressivos. O deputado federal Danilo Forte (União Brasil/CE) está chamando a empresa e a agência de energia elétrica para explicar o aumento, muito superior à inflação, em audiência pública a ser realizada na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). O deputado argumenta que não é possível, na atual situação econômica, um reajuste de tal magnitude. Tecnicamente, o reajuste foi tão elevado por conta do acionamento das usinas térmicas no ano passado para evitar um possível apagão em função da crise hídrica. Mas o deputado argumenta que o estado produz energia barata e não deveria ter que pagar a conta. Apesar da revolta do deputado, o sistema elétrico divide a conta em todo o país e um estado que gera energia mais barata não necessariamente compra a energia mais barata. A energia é comprada pelas distribuidoras em leilões nacionais com base no crescimento o consumo de cada região. Todo ano, a depender dos gastos, as tarifas são reajustadas.
Os elevados reajustes vão ser sentidos em diversas outras distribuidoras ao longo do ano. A Enel disse assim que saiu o valor do reajuste que não vai ficar nem com 5% do reajuste aprovado pela agência, já que a maior parte será repassado a geradoras por conta da escassez hídrica.
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