O dia em que Lula nomeou Palocci, então coordenador da transição
Ocupando cargo que hoje é de Alckmin, ministro da Fazenda foi nomeado tardiamente em viagem aos Estados Unidos
A pressão para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncie definitivamente seu futuro ministro da Fazenda não é uma novidade deste ano eleitoral. Quando estava na mesma posição em 2002, Lula recebeu apelos não apenas do mercado financeiro para revelar sua equipe econômica, mas também do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No início de novembro de 2002, há exatos vinte anos, o governo de FHC pediu que Lula nomeasse seu ministro da Fazenda ao menos um mês antes da posse, a fim de facilitar o processo de transição. O então coordenador da equipe de transição, Antonio Palocci, era um dos principais cotados para o Ministério da Fazenda e do Planejamento. Como mostrado pela história, Palocci chegou à Fazenda.
No dia 18 de novembro de 2002, Lula confirmou que Palocci integraria o governo eleito. “Só não posso dizer a função, mas posso garantir a vocês que o companheiro Palocci dificilmente voltará a ser prefeito de Ribeirão Preto”, disse o petista. Foi apenas no dia dez de dezembro daquele ano, horas após um encontro com o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que Lula cravou Palocci como futuro comandante da economia. Naquela altura da transição de governo, Palocci já era praticamente dado como certo no cargo. Mesmo tarde, o anúncio foi bem recebido pelo então ministro Pedro Malan. “Doutor Palocci é extremamente sensato, equilibrado e objetivo. É uma ótima notícia”, disse.
Nesta terça-feira, primeiro de novembro, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foi anunciado como o coordenador da equipe de transição da vez, também sendo cotado como um possível nome para comandar a Fazenda. O anúncio veio da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann. Outros nomes que estão no baralho são os de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, e Rui Costa (PT), economista e ex-governador da Bahia. Resta saber se Lula seguirá o mesmo roteiro de sua primeira eleição, escolhendo um dos cotados apenas em dezembro, ou se a fragilidade do cenário atual irá apressar a decisão.
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