Mercadante se compromete a apoiar os cortes de gastos propostos por Haddad
Os dois petistas devem estar alinhados no tema, que Mercadante lembra ser controverso no partido
O presidente do BNDES, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, vai bancar os cortes no gasto público que devem ser propostos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Tenho total alinhamento com o esforço que o governo está fazendo”, disse a jornalistas durante a divulgação dos resultados trimestrais do banco, nesta segunda-feira, 11. “Não sei qual será a decisão (os cortes de gastos). Se soubesse, também não diria. Mas pode ter certeza que, na hora que for anunciado, sairei defendendo”. A posição de Mercadante veio pouco após uma observação quanto à maneira como o Partido dos Trabalhadores tem se dividido no debate fiscal. “O partido do governo tem que sustentar o governo em qualquer cenário”, disse o presidente do BNDES ao comentar a resistência de parte do partido aos cortes. “Às vezes o PT é um partido tão complexo que ele nem precisa de oposição, ele cumpre todos os papéis”. O presidente do BNDES argumentou que a trajetória das despesas obrigatórias não podem comprimir o investimento do governo.
O debate fiscal ocorre acoplado do monetário, com o ajuste nas contas sendo considerado um condicionante para a queda dos juros. Sobre esse ponto, o diretor de planejamento do BNDES, o ex-ministro Nelson Barbosa, defendeu que o investimento crescente do banco não está influindo negativamente na política monetária. “É possível que a atuação do BNDES afete a política monetária? É possível, mas nem tudo que é possível acontece”, disse argumentando que a esse cenário seria “infundado”