Juiz do caso Odebrecht dá puxão de orelha e multas para Gradin e Grubisich
Juiz diz que os ex-Braskem usaram a Justiça para melhorar condições em negociações pessoais e que atentaram contra dignidade da Justiça
O juiz da recuperação judicial da Odebrecht, João de Oliveira Rodrigues Filho, deu um puxão de orelha daqueles, com direito a multas, na família Gradin, do ex-Braskem Bernardo Gradin, e em José Carlos Grubisich, também ex-presidente da Braskem. Ambos tentavam pendurar no processo principal da recuperação judicial um pedido de consideração de fraude a credores no empréstimo feito pelos bancos com a Braskem dada em garantia. O juiz dedicou um capítulo da sua decisão ao assunto, o qual chamou de “atentado a dignidade da Justiça”. O juiz diz na decisão de que o Graal, empresa da família Gradin, abriu o processo sobre a falsa premissa de apurar fraude a credores e que mais tarde pediu a extinção porque fechou acordo com a família Odebrecht. “Tivesse seriedade o exercício de seu direito de ação, ou não teria feito qualquer acordo, ante suas alegações de fraudes pregressas, ou apenas se utilizou do Poder Judiciário para aumentar sua vantagem de negociação que resultou no acordo celebrado.”
Já sobre Grubisich, o juiz disse que ele só queria tumultuar o processo. Resultado, o juiz aplicou uma multa de 1 milhão de reais para Grubisich e outro milhão para a Graal, empresa da família Gradin, e ainda mandou pagar o custo dos advogados dos bancos e da Odebrecht, mais uns 600 mil reais para cada um. A decisão é do dia 17 de agosto e os dois ainda podem recorrer da decisão no tribunal.