‘Guedes está sentado no cofre e eu queria gastar’, diz Marinho
Ao Amarelas On Air, programa de entrevistas de VEJA, ministro rememorou as divergências com o chefe da Economia

Não foram poucos os episódios durante o governo de Jair Bolsonaro nos quais os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, protagonizaram discussões ásperas nos bastidores a respeito da diretriz para a economia do país — rivalidade que teve início no começo da pandemia de Covid-19. Enquanto Guedes batia na tecla da responsabilidade fiscal, Marinho defendia o uso de recursos públicos para obras e o fomento da atividade econômica durante os momentos de fechamento de estabelecimentos e restrição da circulação de pessoas.
Em entrevista ao Amarelas On Air, de VEJA, Marinho, hoje pré-candidato do PL ao Senado pelo Rio Grande do Norte, afirmou que as divergências são naturais e, apesar de elogiar a gestão fiscal de Guedes, admitiu a vocação para o aumento de gastos públicos. “Qualquer governo tem divergências. É natural, porque, se o governo fosse uma reunião de dervixes ou de lagartixas, não seria um governo. Seria o quê? Um convento de freiras”, disse.
“Dentro do governo, nós fazemos um time. Eu posso ter divergências com o ministro Paulo Guedes — posso ter tido, porque não estou mais no governo. E são perfeitamente naturais porque ele é a pessoa sentada no cofre, eu sou a pessoa que quero gastar”, diz Marinho. “Ele é o responsável pela política fiscal e o Banco Central, da política monetária. Então uma série de medidas do ponto de vista da ortodoxia fiscal deu certo. Inclusive com a nossa ajuda, a reforma da Previdência, por exemplo”, diz.