Fala de Lula faz empresas prestarem contas à B3 após oscilações no mercado
VEJA Mercado: cerca de 30 companhias foram questionadas sobre oscilações atípicas nas ações, mas evitaram ligação ao presidente eleito
As falas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em direção à criação de mais gastos em seu governo e mudanças na operação das estatais ainda ecoam aos quatro cantos do mercado financeiro. Cerca de 30 empresas listadas na bolsa de valores precisaram prestar contas à B3 sobre as oscilações atípicas nos papéis nos últimos pregões – no acumulado da semana passada, o Ibovespa derreteu quase 6%. Responderam aos ofícios companhias como Itaú, BTG Pactual, Localiza, Cyrela, Eztec, Arezzo, Renner e Multiplan, dentre outras.
É comum a B3 questionar movimentações pontuais, mas esse alto volume é atípico para os padrões. Em linhas gerais, as companhias evitaram relacionar a volatilidade nas ações ao chamado “efeito Lula”, e afirmaram não ter conhecimento de qualquer fato que possa ter provocado tais oscilações nos papéis. Analistas de mercado alertam que a bolsa brasileira é mais suscetível à política doméstica, o que pode gerar um certo “estresse” em alguns ativos. Entre os dias 10 e 11 de novembro, a B3 também informou que os investidores estrangeiros retiraram cerca de 3,5 bilhões de reais do mercado de ações nacional.