Dólar a R$ 6 envolve estresse fiscal e Trump, diz economista do C6 Bank
Felipe Salles diz que a alta não deriva de ruídos, mas de razões concretas
O dólar atingiu a cotação de seis reais durante as negociações desta quinta-feira, 28. Para o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles, o patamar elevado da moeda americana não se deve meramente a ruídos do mercado — pelo contrário, há motivações concretas para a elevação do câmbio. Entre as razões elencadas pelo economista, ele frisa o estresse fiscal no Brasil e a ameaça inflacionária do futuro governo de Donald Trump, nos Estados Unidos. “Estamos vendo uma frustração do mercado em relação ao pacote de gastos (do governo federal)”, disse durante evento na sede do banco, em São Paulo, nesta quinta-feira. “Temos um problema fiscal que não é de hoje. Não é exagero falar que é um problema de décadas”. Além da questão fiscal, que é doméstica, Salles lembra que a alta do dólar não ocorre apenas no Brasil, mas é generalizada no mundo. “Isso aconteceu em grande parte pela vitória do Trump”, diz. O economista argumenta que a política tarifária e de deportação em massa do republicano devem pressionar a inflação americana.