Carta da BlackRock: invasão russa pôs fim à globalização que conhecíamos
Em sua carta anual a investidores, Larry Fink destaca o potencial das moedas digitais e países que podem se beneficiar da guerra como o Brasil
Fim da globalização que conhecíamos, moedas digitais, Brasil se beneficiando da guerra. A carta de Larry Fink, o fundador CEO da BlackRock, a seus investidores está repleta de análises sobre como a invasão russa à Ucrânia vai mudar o mundo que conhecemos. “A agressão da Rússia na Ucrânia e sua subsequente dissociação da economia global vão levar empresas e governos em todo o mundo a reavaliar suas dependências e reanalisar suas cadeias de fabricação e montagem – algo que a Covid já havia estimulado muitos a começar a fazer”, disse Fink em sua carta destacando que o Brasil será um dos países a se beneficiar deste movimento. “E enquanto a dependência da energia russa está no centro das atenções, empresas e governos também estarão olhando mais amplamente para suas dependências de outras nações. Isso pode levar as empresas a realizar mais operações onshore ou nearshore, resultando em um recuo mais rápido de alguns países. Outros – como México, Brasil, Estados Unidos ou centros de manufatura no Sudeste Asiático – podem se beneficiar.”
Outro ponto importante destacado por Fink é que a guerra deve acelerar as moedas digitais. “A guerra levará os países a reavaliar suas dependências monetárias. Mesmo antes da guerra, vários governos procuravam desempenhar um papel mais ativo nas moedas digitais e definir as estruturas regulatórias sob as quais operam. Um sistema global de pagamento digital, cuidadosamente projetado, pode melhorar a liquidação de transações internacionais, reduzindo o risco de lavagem de dinheiro e corrupção”. Flink diz que a BlackRock vai se empenhar em analisar ativos de moedas digitais. A gestora hoje é a maior do mundo , administrando 10 trilhões de dólares. Se fosse um país, a BlackRock teria dinheiro suficiente para ser um dos maiores PIBs do planeta.
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