Campanha de Bolsonaro tira Guedes da “bolha”
Ministro foi aconselhado a vocalizar os números que, segundo aliados do presidente, “não correspondem às narrativas”
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o apagar das luzes das inserções para evocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, em seu programa eleitoral. Em dissonância a um discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que o petista aparece afirmando que não sabe como vai criar empregos, Guedes surge para exaltar os números econômicos e a recuperação das vagas.
“Nos primeiros sessenta dias quando a Covid abateu o Brasil, perdemos um milhão de empregos formais. E, do fundo do poço, justamente quando perdemos esse um milhão de empregos, até hoje, criamos 17 milhões de novos empregos”, disse Guedes. Ele exalta ainda o Auxílio Emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, o BEm.
A fala representou uma estratégia para que Guedes falasse para “fora da bolha” e não foi direcionada aos empresários ou decisores do setor produtivo, para quem Guedes vinha falando nos últimos meses. Desde o início da campanha, Guedes era a grande aposta de Bolsonaro para falar a empresários e ao mercado financeiro e “manter a chama acesa” perante esses eleitores, mas não falaria a outras castas do eleitorado. O ministro, porém, foi aconselhado a vocalizar os números que, segundo aliados do presidente, “não correspondem às narrativas” de que a economia está em frangalhos.
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