Biden e Macron já sinalizam o quanto lógica econômica pós-guerra vai mudar
Países já falam em transferir indústria para seus países e não depender mais de fornecedores mundiais
Se a pandemia já tinha feito os governos ficarem alertas para o elevado nível de dependência de insumos de outros países, a guerra na Ucrânia está colocando esta preocupação em outro nível. Os presidentes dos Estados Unidos e França já adotam discursos nacionalistas, anti-globalização, uma coisa meio a la “Make America Great Again”, o popular slogan de tornar a América grande novamente usado por Donald Trump.
Joe Biden, presidente dos EUA, foi ao Congresso americano na noite de terça-feira, 01, e durante o tradicional discurso de Estado de União, lá pelas tantas, ele disse: “tenho um plano melhor para combater a inflação. Reduza seus custos, não seus salários. Faça mais carros e semicondutores nos EUA. Mais infraestrutura e inovação nos EUA. Mais mercadorias em movimento mais rápido e mais barato dentro dos EUA. Mais empregos em que você pode ter uma boa vida nos EUA. E em vez de depender de cadeias de suprimentos estrangeiras, vamos fazer isso nos EUA.”
Nesta quarta-feira, 02, em pronunciamento aos franceses em rede de televisão, o presidente Emmanuel Macron fez um discurso defendendo que a França e a Europa não podem mais depender dos outros países para se alimentarem, e que a reconstrução europeia precisa ser feita dentro de um novo modelo econômico calcado na independência. “Não podemos mais depender da energia dos outros, especialmente do gás russo”, disse Macron dizendo que pretende incentivar a construção de novos reatores nucleares e energias renováveis.
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