Americanas tenta rechaçar conflitos de interesse de comitê “independente”
Varejista alega que membros do comitê "têm ética" e que "não tiveram sua independência questionada"

O comitê independente instaurado pela Americanas para realizar uma investigação interna sobre as razões do rombo de mais de 40 bilhões de reais se defendeu das acusações de conflito de interesse. O escritório de advocacia WFaria havia apontado que Otávio Yasbek, um dos conselheiros, teve seu escritório escolhido pela B2w para assessorar um outro comitê independente da própria empresa para negociar os termos da combinação de negócios com a Americanas. Yasbek também foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e proferiu decisões a respeito da companhia quando no órgão. A presença de Yaskek também foi questionada pelo Bradesco, um dos maiores credores da varejista. Vanessa Lopes, outra integrante do comitê, fazia parte do grupo responsável pelas auditorias da empresa desde 2020.
Em nota protocolada na Comissão de Valores Mobiliários, o comitê descarta qualquer mudança entre seus integrantes e garante a idoneidade de seus membros. A justificativa é que os integrantes “têm ética”, e que “nunca tiveram sua independência questionada”. “O coordenador Otavio Yazbek se limitou a exercer a função de advogado de um comitê independente na fusão da Americanas com a B2W. […] Vanessa Lopes também sempre atuou de forma ética e independente nos órgãos de governança que integrou desde 2020, nada havendo a comprometer sua isenção. […] Eduardo Flores não apenas dispõe dos atributos técnicos que o qualificam para integrar o referido comitê, como também nunca teve sua independência questionada”, encerra. Flores foi nomeado substituir Pedro Mello no comitê. Mello era presidente da auditoria KPMG quando a empresa auditava a Americanas, período que justamente será analisado pelo comitê durante a auditoria.
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