Advogado réu na Lava Jato envolveu-se no caso Boi Gordo
Antonio Augusto Coelho agora é investigado pela Lava Jato por ter recebido dinheiro da Fecomércio do Rio de Janeiro
Um dos advogados que se tornaram réu na Lava Jato já foi investigado em um outro escândalo, o das Fazendas Reunidas Boi Gordo (FRBG). Antônio Augusto de Souza Coelho foi acusado de desviar recursos de credores da FRBG por meio da Associação de Parceiros e Credores da Boi Gordo (APCBG). Depois, segundo consta nos autos recebidos nesta quinta-feira, 10, por VEJA, ele foi inocentado das acusações. Ele continua advogado da APCBG.
Além de na operação E$quema $, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 9, ele se viu enrolado num crime cometido no fim do ano passado. A relação dele com um ex-policial militar do Mato Grosso do Sul culminou na morte do filho do militar. Coelho é desafeto da família Name, que o acusa de ter vendido fazendas em seu benefício enquanto era advogado e procurador da família. Segundo denúncia do Ministério Público do MS, os Name tentaram matar o policial, Paulo Xavier, mas se enganaram e assassinaram o filho do militar. De acordo com o MP, era uma tentativa de retaliação pelas práticas de Coelho e a aproximação com Xavier. O caso está sendo investigado na Operação Omertà, devido à relação das fazendas negociadas com a igreja criada pelo coreano Sun Myung Moon (Reverendo Moon), a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial (AFUPM), e Coelho é testemunha de acusação.
Agora, ele aparece novamente no centro de uma nova operação. Segundo o Ministério Público Federal, o escritório de Coelho recebeu o soma milionária da Fecomercio do Rio de Janeiro. Pesam contra ele as acusações de lavagem de dinheiro e peculato.
Este texto foi atualizado após envio de uma nota do advogado à coluna.
A Advocacia Gonçalves Coelho e Antonio Augusto de Souza Coelho esclarecem que no caso citado pela coluna sobre a Associação de Credores das Fazendas Reunidas Boi Gordo, ocorrido há quase 20 anos, a pessoa responsável pela acusação de apropriação de 12 mil — e não de 80 milhões — se retratou publicamente, confessando ter recebido suborno para proferir tais acusações, conforme documentos apresentados nos autos. O escritório foi desagravado pela acusadora no processo e também pela assembleia dos membros da Associação, para a qual continua advogando até hoje (prova maior de sua correção no processo), buscando as devidas indenizações a seus membros, prejudicados pela ação da empresa. Em relação a Operação Omertà, de setembro de 2016, e que investiga o empresário Jamil Name, é importante frisar que o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho é testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público e não investigado no processo. Com relação as ações conduzidas nesta quarta-feira, 9, a Advocacia Gonçalves Coelho e Antonio Augusto de Souza Coelho comprovarão a improcedência das acusações quando lhes for dada oportunidade de defesa. O escritório colabora com as autoridades para o esclarecimento dos fatos e reforça sua confiança na Justiça brasileira.
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